tag:blogger.com,1999:blog-1463973047255826919.post4750672666240151872..comments2024-01-15T23:52:00.195-03:00Comments on História & Política: Flagrantes oligárquicosGustavo Moreirahttp://www.blogger.com/profile/10817279058761189885noreply@blogger.comBlogger4125tag:blogger.com,1999:blog-1463973047255826919.post-29490902658177378002013-08-09T09:16:58.767-03:002013-08-09T09:16:58.767-03:00Por fim, de certa maneira você ratifica o que eu d...Por fim, de certa maneira você ratifica o que eu disse nas primeiras linhas. Quando reafirma sua crença na superioridade moral das elites, não apela para tratados sociológicos ou para exemplos práticos, bem ou mal contextualizados, e sim... para o senso comum! A sua prova da tal superioridade, no máximo, é a obediência dos dominados, sobre a qual tenta colocar em destaque os elementos de consenso enquanto passa ao largo dos de violência, da memória popular a respeito das chacinas, prisões, torturas e desaparecimentos impostos à maioria dos que ousaram divergir ao longo do tempo, sobretudo quando pobres e sem relações.<br />Peço mais uma vez desculpas pela demora em responder a comentários longos. Talvez no dia em que você puder me apontar como membro da "nova elite", e alguém se dispuser a funcionar como equipe editorial deste blog, a coisa mude! Gustavo Moreirahttps://www.blogger.com/profile/10817279058761189885noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1463973047255826919.post-11469305453413212382013-08-09T09:04:25.043-03:002013-08-09T09:04:25.043-03:00Devo também discordar da suposta inutilidade da lu...Devo também discordar da suposta inutilidade da luta para "derrubar as elites". Em primeiro lugar, nem toda troca de comando é uma troca de seis por meia dúzia, e principalmente se a mudança obedece a objetivos claros traçados antes do processo. Em segundo, pode-se, em tese, e é exatamente isto o que defendo, apear as oligarquias criando regras de governo antioligárquicas, ou seja, impedimentos para que os filhos, pupilos e compadres dos novos mandatários monopolizem o poder na segunda geração.<br />Por outro lado, não entendo como o igualitarismo ideal ou possível uma paridade salarial absoluta. É óbvio que um senador sempre terá um padrão de consumo superior ao de um caixa de banco, sob pena até de não conseguir exercer suas funções de maneira minimamente eficaz. Mas isto não impede que os filhos de ambos sejam encaminhados às mesmas escolas, aos mesmos postos de saúde, que brinquem nas mesmas praças sem o velho instituto do "sabe com quem está falando?".Gustavo Moreirahttps://www.blogger.com/profile/10817279058761189885noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1463973047255826919.post-12143647371480730332013-08-09T08:51:40.266-03:002013-08-09T08:51:40.266-03:00A primeira crítica, sem vitimismo, é injusta. O t...A primeira crítica, sem vitimismo, é injusta. O termo "elites" não foi empregado de forma vaga. Qualquer leitor perceberá que me referi aos grupos que detêm tradicionalmente o poder econômico e o político. Não há como dizer que o "meu espantalho" pode incluir o operário mais habilidoso da montadora de liquidificadores ou o mendigo que tomou para si a porta da paróquia mais rica. Mas aproveitando o seu discurso, o fato de praticamente ninguém se apresentar como membro de uma classe já diz muito sobre ela.<br />Permita-me discordar da tese da seleção natural. A formação das elites, ou classes dominantes, ou oligarquias, como preferir, nada teve de espontânea no Brasil, na medida em que seu primeiro mecanismo foi a concessão de sesmarias pela Coroa. Com raríssimas exceções, poderíamos mesmo afirmar que, sem o patrocínio do Estado oligárquico e sem o emprego da violência particular dos capangas de todos os matizes, ninguém se sustenta nas "posições de relevo". Incluindo na análise todos os meios de concentração de renda e de saber, as barreiras informais opostas a quem vem "de baixo", é fácil constatar que jamais houve um simulacro que fosse de meritocracia no país. Tanto que, ao pensar em sistema de mérito, você busca exemplo nos times de futebol... Gustavo Moreirahttps://www.blogger.com/profile/10817279058761189885noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-1463973047255826919.post-74350867888897445392013-08-07T13:04:57.895-03:002013-08-07T13:04:57.895-03:00Há um consenso geral de que nós, no Brasil, somos ...Há um consenso geral de que nós, no Brasil, somos governados pela elite, e que essa elite é má. Acho que qualquer garoto que já cursou o ensino médio repete isso. Mas se esquecem de que o termo elite, assim descontextualizado, não quer dizer rigorosamente nada. De que elite estamos falando? Há várias elites, desde os times da primeira divisão do campeonato até os cidadãos mais ricos da cidade. Sem contar que não se É elite, mas se ESTÁ na elite. Se não é especificado do que se está falando, a tal da elite torna-se um espantalho, um judas de sábado de aleluia, espécie de entidade maligna que é culpada por todos os males do país, mas que ninguém sabe dizer exatamente o que é, exceto que seus integrantes são sempre os outros!<br /><br />É fato, porém, que a elite sempre ocupa as posições de relevo. Disto ninguém discorda. Mas por que é assim? Sem querer complicar, eu penso que é mera consequência da seleção natural - as pessoas, de modo geral, querem fazer parte da elite, mas se não o conseguem, apoiam aqueles indivíduos que, por conta deste ou daquele atributo, estão melhor habilitados para ocupar as posições de relevo. Para citar um exemplo bem simples, em um time de futebol, todos os jogadores, obviamente, querem ser titulares, mas se não conseguem, então desejam que os titulares sejam os melhores entre eles, pois é melhor ser reserva de um time vencedor do que de um time perdedor.<br /><br />Disso decorre que a luta para apear as elites do poder é sempre uma quimera, tipo um cachorro que corre atrás do próprio rabo, pois no momento em que aqueles indivíduos que não são parte da elite conquistarem o poder, eles necessariamente passarão a fazer parte de uma elite - primeiro, da elite política dos governantes, mas também de uma elite econômica, pois mesmo que não tenham ganhos ilícitos, os salários e as benesses dos cargos que ocupam são suficientes para alça-los a uma posição de elite econômica, e a partir daí se habilitarão a ingressar em outras elites mais. Enfim, seremos sempre governados por algum tipo de elite, seja a elite dos mais inteligentes e capazes ou a elite dos mais audazes e descarados. Ou a elite dos mais bem apadrinhados no partido.<br /><br />Eu entendo, entretanto, que irrite saber que o senso comum considera os integrantes das elites como dotados de mais capacidade e iniciativa, bem como de um padrão de conduta moral superior, e que os atributos assim creditados sirvam para legitimar sua posição de relevo. Mas eu penso que isso é também consequência do processo de seleção natural a que eu me referi: entre os atributos valorizados que distinguem os indivíduos e os levam a ser apoiados por seus pares, se incluem a capacidade, a iniciativa e a moralidade. Por este motivo, a elite é sempre superior à média, e de fato pode-se afirmar que a elite, POR DEFINIÇÃO, é superior à média. Uma elite "ruim" nada mais é do que o sintoma de uma média pior ainda. Afinal, é preciso convir que a elite brasileira que nos governa, e que protagoniza tantos malfeitos, não surgiu de repente, vinda em uma espaçonave do planeta Marte - essa elite também se origina do povo. A diferença entre a elite e o resto da população diz respeito à renda e aos cargos ocupados, de resto ambos são cultural e psicologicamente assemelhados. É claro que eu desejo que o povo brasileiro seja melhor em termos de competência e honestidade, mas enquanto isso não acontece, eu ainda acho que ser governado pelas elites é melhor do que ser governado pelos piores.<br /><br /><br />Pedro Mundimhttp://www.pedromundim.netnoreply@blogger.com