quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A direita caricata em mais cinco tiras

          Vimos surgir, pelo menos desde a eleição de Fernando Collor em 1989, mas de forma mais ostensiva nos últimos anos, uma leva de pseudointelectuais e profissionais do entretenimento dispostos a defender abertamente, ou quase, as hierarquias sociais tradicionais, enquanto fazem alarde de uma suposta vocação para a tirania das forças contestatórias.  Salvo raríssima exceção, seus discursos são marcados pela pobreza argumentativa, pela superficialidade, por apelos emocionais baseados no senso comum.  Todavia, eles recebem da mídia um tratamento principesco: qualquer arrazoado de cem páginas composto às pressas para denegrir sindicalistas, acadêmicos de esquerda, guerrilheiros, líderes populares e artistas alternativos, enaltecendo em contrapartida seus respectivos carrascos, é promovido a clássico nos "cadernos de cultura" destinados à classe média. 
           Retomando a linha adotada na postagem de 1º de agosto, capturei na Internet outro conjunto de cinco falas de nossos incompreendidos anti-heróis, reproduzidas com a maior fidelidade possível, confrontando-as com respostas fictícias que certamente detestariam ouvir.  Divirtam-se e compartilhem.      
                                             

1-O ator Carlos Vereza, um dos mais notórios integrantes da tribo dos ex-esquerdistas arrependidos, demonstra certa dificuldade em reconstruir sua própria trajetória. 



2-Cenas que gostaríamos de ver: Leandro Narloch, cujas pérolas poderiam abastecer várias sessões deste gênero sem o recurso a outros "colaboradores", vê suas fábulas naufragarem diante de uma historiografia básica.


 
 
         3-Pena que Ali Kamel só possa interagir com seu ídolo no mundo virtual.
 


       
  4-Concedo uma segunda tira também a Lobão.  Afinal, deve ser dificílimo conviver com paranoias herdadas. 


 
           
              5-Reinaldo Azevedo é convidado por personagens ilustres a refazer sua linha do tempo.







12 comentários:

  1. porraa!! a música creditada aos Racionais é na verdade do Apocalipse 16. Erro ridículo

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  2. Engano seu. A letra está aqui:
    http://letras.mus.br/racionais-mcs/1011757/

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  3. A musica eh APC 16 colocaram no nome dos Racionais errado, mais nao tira o merito de quem escreveu o texto.

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  4. Pesquisei outros resultados e tudo leva a crer que a letra é mesmo do APC 16. Só que além do link que colei há uma gravação atribuída aos Racionais com o MV Bill: http://www.4shared.com/mp3/BRo_EXhv/
    A correção é oportuna, mas não invalida a mensagem inicial: foi grotesco o Lobão chamar de petista um grupo que xinga o Lula de traidor.

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    1. grotesco mesmo é desconsiderar que ele xingou outro grupo, e que, diga-se de passagem, nunca xingou o Lula de traidor: "Muita Treta" foi lançada no álbum "2ª Vinda, a Cura", em 2000. o presidente ao qual a letra se refere é o FHC.

      parece que você também não tá manjando muito das histórias não, cara...

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    2. Vemos todos, Os Racionais, APC 16 e MV Bill, cantando a música em 2010.
      http://www.youtube.com/watch?v=NTtwrILXCW8
      Nem a Velhinha de Taubaté acreditaria que se referia a FHC. O que me surpreende é o empenho anônimo em livrar a cara do bola murcha Lobão.

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  5. Diante de recortes tão bem construídos e fundamentados, resumir esta discussão a autoria de letra de música é reducionista e medíocre demais...

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  6. Realmente é impressionante a profundidade do seu discurso recheado de recortes, palavras rebuscadas mas que juntas não significam nada e ar de superioridade moral e intelectual que são cada vez mais conhecidas dos brasileiros.
    Conhecidos como os resultados práticos de incompetência, mediocridade, apadrinhamento e programas médicos para tornar o ministro afilhado um governador.
    Fale para nós sobre o absurdo aumento da divida publica, a corrupção generalizada, a destruição gradativa da Petrobras com o enriquecimento de inúmeros partidários de sua opinião, o aparelhamento do estado e das estatais com centenas de milhares de funcionários, esse brilhante e vergonhoso numero de ministérios.
    Como tudo isso ajuda a melhorar distribuição de renda no caso de brasileiros que não são petistas ou vendidos ao partido?
    Na sua iluminada critica intelectual surpreendentemente não entra qualquer comentário sobre o mensalão, a revista Istoé, como rídicula defensora do seu governo, a distribuição de renda que tornou o filho do nosso ex-presidente milionário da noite para o dia, paga o helicoptero de levar o Sr José Dirceu para casa, ou sua suíte de reuniões em Brasília.
    Não consigo entender uma coisa. Ainda não percebeu que os imbecis capazes de engolir as bobagens que você escreve já estão compartilhando das mesmas idéias?
    É tentativa de convencer alguém mesmo ou apenas a tentativa de aparecer demonstrando tanto conhecimento baseado em nada que você acredita ter?
    Quanto a aparecer como anônimo, fala sério, passa pela sua cabeça que me interesse manter discussao com alguém tão inteligente?
    Estou apenas deixando a pista de que nem todo brasileiro engole esses seus contos, assim como tantos outros fizeram no seu blog.
    Nós somos parte da democracia que vocês dizem desejar mas morrem de raiva toda vez que aparece para lhes dizer que muita gente não acredita nesse grande construto de estupidez.

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    1. O que impressiona a mim, de início, é o seu uso de linguagem também rebuscada para talvez cobrar, dentro de um blog, a organização típica de um texto acadêmico. Como eu construiria, meu grande gênio e agora candidato a guru, um texto baseado em episódios sem adotar uma estrutura "recheada de recortes"? Não entendi muito bem, provavelmente devido ao seu estilo sofisticado, qual é a "superioridade moral" cada vez mais familiar aos brasileiros. Estarei diante de um delírio paranoico, no qual minha página com trezentas ou quatrocentas visitas diárias se converteu em poderoso veículo formador de opinião?
      As demais cobranças são ainda mais descabidas. Basta ler as duas frases que introduzem o blog para compreender que o meu objetivo não é produzir um tabloide convencional ou (muito menos)uma cruzada moralista ralada de tipo udenista, e sim combater o elitismo e o conservadorismo com todos os meios legais ao meu alcance. Não nego que votei em Dilma, como antes já havia votado em Lula em todas as oportunidades, o que não significa subscrever tacitamente todas as ações do governo. Note, entretanto, que o quadro apocalíptico pintado por você não encontra respaldo sequer na decantada "mídia burguesa", que nesta semana anunciou a queda da mortalidade infantil para 14 por mil, em contraste com os 60 por mil da era Collor e os índices ainda mais altos da ditadura civil-militar, na qual a industrialização não se fazia acompanhar pelos investimentos mais básicos na qualidade de vida da população.
      A pobreza do moralismo de direita, no qual sou forçado a incluir o ilustre comentarista, é que na prática, de uma década para cá, ele só consegue opor ao "aparelhamento petista" o retorno ao tucanato, cuja memória sempre remete às privatarias e à fundação do valerioduto. Os direitistas anunciam que fundarão o Partido Conservador, o Monarquista ou o Federalista, mas no ano eleitoral sempre concentram seus votos no PSDB, o dito partido de centro-esquerda, quando não "socialista envergonhado". Sem negar minhas eventuais deficiências, admito que no quesito "discurso vazio" a sua turma é imbatível. Apresente-me, se puder, algo mais ridículo do que a queixa recorrente de que a verdadeira direita está ausente do cenário político.

      [continua]

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    2. A parte final do comentário é simplesmente infantil, mas também revela várias coisas. Ninguém edita um blog político para "convencer convencidos", e a sua premissa de que não existem indecisos sujeitos a várias influências, mas somente a turma dos "conscientizados e moralizados" e a dos "alienados e comprados" cai no ridículo. Porém, por trás da premissa vejo com facilidade um estado de espírito típico da classe média conservadora, que se enxerga como oásis de civilização em meio a um deserto de bárbaros indiferenciados.
      Muito engraçada é a sua sugestão de que eu abandone o blog pela suposta inutilidade, que justificaria igualmente o seu anonimato; se eu sou imbecil, apenas reproduzo os lugares comuns da esquerda e emprego linguagem bacharelesca para não dizer nada, por que você, presumidamente culto e iluminado, perde seu tempo deixando uma malcriação de 27 linhas neste espaço? Será que não sucumbiu também à imbecilidade?

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  7. Além do mais precisava testar, porque duvidava que alguém com seu espirito "democrático" permitisse publicação dos comentários sem passar por seu crivo...rsrs

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    1. Sejamos realistas: tem ideia de quantos reacionários chiliquentos vêm aqui só para xingar? Que eu retire o filtro. Terei em uma semana uma versão com sinal trocado do blog da Condessa Rachel. Já notou, a propósito, que enquanto denuncia o meu autoritarismo se refere, poucas linhas antes, aos inúmeros comentários desfavoráveis que publiquei, quando poderia deletar tudo, no estilo Reinaldo Azevedo? O nome disto, em termos não muito rebuscados, é demagogia. Mas já que faz questão de despertar o stalinista que existe em Gustavo Moreira, deixo uma regra bem a seu gosto: a discussão só segue com a sua saída do anonimato. Caso contrário, fica relegado ao Gulag!

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