terça-feira, 26 de novembro de 2013

Desagravo a Cléo Tibiriçá, com observações sobre um Torquemada liliputiano


      
     Há cerca de um ano e meio, numa das primeiras matérias do blog, alinhei breves comentários a respeito de uma sombria página virtual, Escola sem Partido, que sob o pretexto da proteção à integridade moral dos jovens  promove a  apologia de projetos políticos dos mais retrógrados.
       Devo acatar os direitos ao exercício da crítica e ao confronto de ideias por parte do fundador do movimento mencionado e dos seus colaboradores, apesar da total divergência que manifesto em relação às suas teses.  Todavia, o Sr. Miguel Nagib, em texto do último dia 22, publicado com a promessa de constituir o início de uma série, incorreu em postura abominável, tentando intimidar uma docente do ensino superior.      
 http://www.escolasempartido.org/universidades/424-doutrinacao-ideologica-na-fatec-de-barueri-1-parte
       O advogado (!) Nagib pretende imputar à professora Cleonildi Tibiriçá, da Faculdade de Tecnologia de São Paulo, uma pecha de criminosa, fazendo ainda comunicação das presumidas transgressões ao coordenador do curso em que a mesma leciona (o de Comércio Exterior da FATEC-Barueri), ao diretor daquela faculdade e ao secretário de Educação do Estado de São Paulo.  O maior delito, nesta perspectiva, foi o de "forçar" os alunos à leitura de autores acadêmicos de variada projeção, como Eric Hobsbawn, Fernando Nogueira da Costa e Marcos Bagno, apresentando ainda artigos impressos, documentários e entrevistas produzidos por personalidades associadas à esquerda.  A lista resulta no total de quatorze itens trabalhados com os discentes.           
       É óbvio que, sob o aspecto institucional, a "denúncia" de Nagib será inócua. Colocar em execução um plano de curso cujos referenciais teóricos se situam à esquerda (ou à direita) só pode constituir figura penal sob uma ótica panfletária, demagógica e própria para mobilizar apenas imbecis incuráveis.  Mesmo que algum dos dirigentes notificados pense por um minuto em compactuar com a iniciativa do "nosso" desastrado censor, nada fará contra Cléo Tibiriçá, pelo mero fato de  valorizar sua carreira e não almejar um título vitalício de ditador, com as justas manifestações de desapreço que viriam a reboque.  É divertido, de certa forma, perceber que Nagib acaba por tecer um excelente elogio involuntário à desafeta que alega ignorar quem seja; ao acusá-la de realizar com êxito tantas "atividades subversivas", precisa ao menos admitir que está diante de uma "doutrinadora" extremamente competente e assídua ao trabalho, sob pena de cair no ridículo.  Mas não escapa do vexame, entretanto, quando sugere que Cléo Tibiriçá impõe uma espécie de "pensamento único" e ao mesmo tempo revela que nas aulas foram debatidos, ou no mínimo apresentados, pensadores marxistas e não marxistas, e que tiveram voz representantes de partidos tão diferenciados quanto o PSB e o PSTU.  Desejo com passionalidade que Miguel Nagib fique bastante irritado ao notar que anunciou para milhares de pessoas os talentos de uma até então desconhecida doutoranda de Barueri.          
        Exponho solidariedade integral à docente atingida pelo ataque despropositado e selvagem.  Mas não quero me limitar a isto.  É preciso, mais uma vez, demonstrar que o atacante é muito melhor como vidraça do que como pedra.   Ao mesmo tempo em que se escandaliza, ou simula estar escandalizado com professores esquerdistas para agradar à plateia, Nagib comprova no texto medíocre seu forte ranço ultradireitista.  Ele atribui à vitoriosa Revolução dos Cravos, que se livrou da decrépita herança colonial e se desdobrou no sistema multipartidário que até hoje permanece em Portugal,  o rótulo simplista de "golpe militar", enquanto o "regime salazarista" curiosamente escapa da merecida classificação de ditadura ou tirania.  Produz, na mesma linha, uma generalização distorcida  e desprovida da mais baixa dose de honestidade intelectual na referência ao livro Preconceito Linguístico, de Marcos Bagno.  Nagib afirma que para o autor "a norma culta é instrumento de opressão da classe dominante contra os pobres", quando qualquer leitor ponderado perceberia que a indignação de Bagno se volta contra o preconceito sofrido pelos que não dominam a variante culta da língua, e não contra a existência da mesma.  Joga em estilo desprezível para impressionar um certo tipo de reacionário, ao mesmo tempo pedante e mentalmente preguiçoso, dando-lhe a impressão de que Marcos Bagno deseja obrigar todos os brasileiros a referendarem a conjugação cês foi, nós vai, a gente fumo em nome da libertação das classes populares.    
      Temos, desta maneira, o perfil real do homem que pretende pairar acima das doutrinações e se instituir como juiz de presumidos abusos ideológicos.  Rosnando contra o domínio da esquerda sobre o sistema de ensino, o que não passa de falácia repetida à exaustão,  ele deixa claro que gostaria de substituí-lo por um proselitismo de direita cujas matrizes são evidenciadas nos textos acessórios que publica na página do movimento que comanda.  Estes últimos, diga-se de passagem, sempre mais bem escritos do que os assinados pelo dono do site, o que também não considero grande vantagem. Miguel Nagib sequer se esforça um pouco para manter a máscara em seu lugar, quando propõe, como alternativa para os livros didáticos aprovados pelo MEC, a compra dos panfletos inconsistentes intitulados, em esperta manobra midiática, "guias politicamente incorretos".  Não acredito que o Torquemada frustrado enxergue em Cléo Tibiriçá um décimo do perigo que alardeia.  Estou mais propenso a imaginar que seus patrocínios escasseiam, até pela pobreza dos argumentos e pela falta de alcance das ações, e que só alegando duvidosos serviços de combate pode tentar reverter o quadro.  Miguel Nagib, calado, é um poeta dos melhores.         
       

      

28 comentários:

  1. Não acredito que o Nagib realmente quer que o "guia do historicamente incorreto" seja adotado nas salas, se for, ele é mais escroto que eu pensei.

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  2. Bizarro é vc e ela falarem em crime! Oras, se é crime, processe e mande p a cadeia. O Genoíno estará para bem receber.

    Bizarro é ela falar, segundo a Carta Capital, no mesmo artigo de lei q o Rei Roberto Carlos usa para censurar.

    Uma aula em escola é pública, uma aula em escola pública é mais pública ainda. Ou seja, está submetida à avaliação do público, dos cidadãos.

    Gostei do texto dela que fala em intimidade e autonomia universitária.

    Super bizarro, ninguém tem licença para fazer o que quiser em um espaço público e não se submeter às críticas.

    Gosto de ver quando os socialistas & esquerdistas em geral mostram seu lado mais fanático de suas religiões antidemocráticas.

    Na democracia o outro lado pode criticar as ações de quem as executam.

    Liberdade de opinião causa urticária à fé laica de vocês, eu sei.

    Mas não se exponham ao ridículo em espaços públicos que não controlam.

    A diferencinha básica que existe entre criticar os atos e as pessoas é a lição inicial para falas fora das gaiolas ideológicas nas quais os fanáticos anticapitalistas, antidemocracias, como muitos de vcs são incubados.

    Para finalizar, com um tema que vejo e não compreendo:

    Por que Dilma não tira da cadeia os condenados no Mensalão?

    Ela pode fazer isso em nome do Povo brasileiro e o STF não poderá falar nada.

    A Dilma faz parte da estrutura política opressora que fez "presos políticos" nestes tempos atuas?

    Se vcs continuarem a falar em prisão política, todos os políticos responsáveis pela cana e por mantê-los atrás das grades seriam autoritários?

    Aqui estou mais desabafando. Afinal, responder aos argumentos apresentados por quem pensa diferente não é uma prática muito comum por onde o autor parece costumar transitar.

    No entanto, ficarei feliz se me esculachar ao infinito e também se der ao trabalho de meditar sobre:

    1) a responsabilidade de Dilma pela cana que os do PT estão pagando;

    2) Como alguém que desempenha atividade pública em espaço público não pode ser submetida a crítica quanto à ação que desenvolve para efetivar a política pública a qual está vinculada? Prefeito, médico, gari e qq outra pessoa em espaço público não pode ser criticada se não praticar uma atividade pública fora dos padrões da lei e do julgamento político dos cidadãos? Eu preferir escola a hospital e criticar o governador que não faz isso é errado?

    3) e, por fim, os textos apresentados por ela não têm mesmo uma carga ideológica clara? Só falta falarem que não tem. Ela não teve coragem de negar isso.

    Se você escrever desqualificações deste anônimo e ainda apresentar argumentos contra as colocações que apresentei, ficarei muito feliz.

    Não posso me identificar porque vivo cercado de como você na FFLCH USP e seria queimado vivo se falasse o que penso lá. Minha média boa correria sério risco de cair se eu falasse tudo o que penso. Por isso, posso dizer que esquerda e autoritarismo andam coladinhos, vivo na pele isso.

    Beijos,

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    1. Que discurso confuso! Algo me diz que não devo aceitar os beijos anônimos. Mas tentemos falar sério.
      Você cobra justificativas sobre o que eu escrevi no blog (até aqui, muito bem), mas também sobre a autodefesa de Cléo Tibiriçá, a linha editorial da Carta Capital e os atos administrativos do governo Dilma, do qual sou um simples empregado sem cargo comissionado. Tentarei responder a tudo, ou quase, mas desde já atribuo à sua pessoa 50% da culpa pelos equívocos que venha a cometer quanto às falas de terceiros, que (é claro) não me consultaram sobre nada do que disseram ou fizeram. Para falar a verdade, só li a matéria do Nagib e alguns de seus desdobramentos no Facebook. Antes de qualquer coisa, deixo um conselho de "mais velho" (acho que não erro nesta presunção): evite implorar para ser achincalhado em páginas virtuais. Dá a impressão de que faria qualquer coisa por quinze minutos de atenção.
      O comentário começa mal. Leia direito e perceberá que só falei em crime ao descrever a tentativa de Miguel Nagib de criminalizar Cléo Tibiriçá. Não afirmei (e nem julguei) que a atitude do advogado foi criminosa, mas apenas cretina, como praticamente toda a sua produção disponível na Internet. Não pedi cadeia para Nagib; ao contrário: foi este cidadão que exigiu sanções governamentais contra a autora de um delito inexistente, e precisa arcar com as consequências das besteiras que divulgou.
      Você também se engana ao me integrar a um universo imaginário composto por antidemocratas que rejeitam críticas e perseguem quem não compartilha das suas ideias. Percorra as matérias deste blog e verá que uma boa parte dos que comentam, talvez até a maioria, formula críticas às minhas teses. Por vezes me dou ao trabalho de responder a longas e maçantes contestações, e em certas ocasiões até permito um certo nível de malcriação dos meus críticos. Posso cair, aqui e ali, numa virulência excessiva, que faz parte da luta política. Precisaria citar exemplos à direita?
      [continua]

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    2. Uma aula ministrada numa universidade ou colégio público é, de fato, um serviço prestado ao conjunto da sociedade, que pode e deve fazer cobranças aos docentes, sob variados aspectos. Não me estenderei sobre algo tão óbvio. Mas assumir o caráter público do serviço não implica, ao contrário do que você parece entender, em negar o que a relação professor/aluno também possui de intimidade (a expressão é perfeita, tenha ou não sido empregada por Cléo Tibiriçá). Dou aulas para o Ensino Fundamental e Médio na rede estadual do Rio. Nada é mais legítimo do que um pai me questionar, antes ou depois do horário letivo, sobre qual é o livro-base que adoto, que leituras complementares são feitas, que tarefas cotidianas e avaliações formais são cumpridas por seu filho, e colocar suas opiniões a respeito do curso. Na prática, isto não ocorre quase nunca, o que é lamentável. Outra coisa seria, por exemplo, alguém alheio à instituição instalar uma câmera na sala de aula e monitorar em tempo real, transmitindo minha imagem para a praça pública. Isto constituiria um constrangimento ilegal, no mínimo.
      É aceitável que Miguel Nagib receba o plano de curso de Cleonildi Tibiriçá, possivelmente das mãos de algum aluno que não o aprecia, e critique seu conteúdo, mesmo que faça questão de dizer que suas atividades profissionais nada têm a ver com o magistério. O absurdo em questão é vê-lo solicitar providências das autoridades contra uma pessoa que não conhece pelo mero fato de não gostar das suas referências teóricas. Poderia eu, invertendo esta perspectiva alucinada, sugerir a demissão de um doutor em economia que só emprega em suas aulas textos de autores liberais?
      [continua]

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    3. Chamo a atenção para alguns aspectos do seu próprio discurso, quando critica a nossa "fé laica" (que admito, sendo o clericalismo uma planta nociva dentro do espaço público) e uma presumida intolerância das esquerdas em geral, ao mesmo tempo em que condena Cléo Tibiriçá pelo fato de suas aulas possuírem "uma carga ideológica clara". Ora, eu teria muito gosto em vê-lo apresentar uma única pessoa que, detendo a prerrogativa da fala por 100 ou 150 minutos, não traísse junto aos ouvintes algum tipo de "carga ideológica". Ficaria mais surpreso ainda se o fato ocorresse dentro de uma universidade, e especificamente numa disciplina na qual o debate político se torna inevitável. Sejamos honestos: não tratamos aqui do meu desejo de incinerar os que discordam dos meus artigos de fé, e sim do seu desejo de ter um sistema de ensino conformista e reprodutor do status quo, expelindo dele os dissidentes "anticapitalistas".
      Embora, com margem de acerto superior a 99%, não lhe conheça, tomo a liberdade de duvidar da sua premissa de que seria moralmente linchado e teria notas rebaixadas de forma venal na faculdade pela mera circunstância de assumir posicionamentos de direita. Não lhe faltariam amigos na saída deste "armário". Talvez, e agora caio no terreno da pura especulação (o que é justo, tendo em vista o seu anonimato), você esteja sendo assaltado por um simples sentimento de culpa por querer salvar uma sociedade piramidal de seus assaltantes "progressistas".
      [continua]

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    4. Por fim, tento decifrar a parte mais incoerente do seu comentário: as menções a Dilma Rousseff. Sem me obrigar a dar endosso a todos os atos do governo federal, devo registrar sua tolice (palavra menos ofensiva que pude encontrar) ao insinuar que Dilma poderia numa penada desfazer as condenações do Mensalão. Sem entrar no mérito das possíveis perdas e ganhos, com que mecanismos ela concretizaria o processo? Mandaria manifestantes encapuzados cercarem o Supremo, reforçados por guerrilheiros cubanos disfarçados de médicos, ou daria apoio logístico para agentes das FARC libertarem o José Dirceu? Fiquei até curioso em saber por onde andou sua fértil imaginação.
      Mais bizarra (faço um empréstimo do termo!) é a sua cobrança da "responsabilidade de Dilma" nas prisões. Até ontem, uma das bandeiras da direita era a defesa do caráter individual das responsabilidades. Não sendo a presidente(a) ré no processo, nem membro do Poder a quem cabe o julgamento dos réus, você quer mesmo uma resposta ou tudo foi mera provocação?
      Definitivamente, não vou desqualificá-lo, exceto pela observação inicial, aliás supérflua, de que escreve de maneira horrível. Calculo que você consegue realizar esta tarefa, sozinho, bem melhor do que alguém que não sabe sequer qual é o seu sexo.

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    5. Caro Gustavo: Tudo bem?

      Gostaria de acrescentar algumas observações pessoais à questão:

      O ensino fundamental e médio , pela faixa etária usual dos alunos, justificam a necessidade do diálogo com pais e responsáveis, mas o ensino superior - que é o caso da professora em apreço - rege-se pelo princípio da liberdade de cátedra, que se encontra explicitamente consagrado no texto constitucional - e que poderia até ser considerado como um dos direitos e garantias fundamentais que não podem ser objeto de emenda sequer tendente à sua restrição.

      Segundo, a ética do exercício do magistério acadêmico, como estabelecida por um liberal como Max Weber no início do século XX, estabelece que o acadêmico tem direito a sustentar qualquer posição ideológica que tenha, desde que a sustente racionalmente e dê ao aluno a possibilidade intelectual de avaliar esta posição, adotá-la para si ou não.

      Me parece que, no caso em tela, a professora pecou pela ingenuidade de querer "debater" com o que Weber chamava de "profetas quiliásticos"....

      Abraços_ Carlos

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  3. Oi, sou eu de novo.

    Quanto às minhas frustrações, você está certíssimo e tenho muitas outras. Mas o ponto não sou eu.

    De trás para frente, indulto é o poder que a Dilma tem, pela Constituição, de perdoar os criminosos: http://pt.wikipedia.org/wiki/Indulto

    Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

    XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm

    A Dilma não tira os criminosos da cadeia porque não quer. É uma decisão política dela e a Presidenta acha melhor não seguir nesta linha.

    Seu fosse Dilma, acho que faria a mesma coisa, a causa vem antes dos companheiros feridos. Os fins sobre os meios.

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    1. Diante da quantidade das suas novas intervenções, terei que responder a conta-gotas. Quando crescer, quero ter um terço do seu tempo livre, mas de preferência sem a insônia.
      Não entendo a insistência nesta tecla. Caso Dilma mandasse soltar os presos (sim, trabalhemos com a hipótese delirante), você talvez viesse aqui despejar toneladas de discurso moralista, mesmo que eu não tenha qualquer vinculação com o episódio e o tema da postagem seja inteiramente diverso. Como ela não interveio ostensivamente, você insinua que houve hipocrisia.
      Direi o que você quer: a manutenção de um projeto de sociedade é muito mais importante, de fato, do que o destino individual de um eventual aliado que comete crimes. Sustentar o oposto é cair na filosofia de Albert Camus: "Entre a Justiça e a minha mãe, eu fico com a minha mãe". Detesto Camus, e assinaria com gosto o que um guerrilheiro falou sobre ele: "O senhor é pior do que um colonizador, me tira a vontade de lutar".

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  4. Eu não tenho nada contra as pessoas terem opinião no bar, na vida, liberdade é um valor que não abro mão.

    Cléo, o Senhor, Marx e qualquer esquerdista podem defender suas ideias em sociedades capitalistas liberais (=democracias).

    Aliás, é interessante ver o impacto das sociedades autoritárias de esquerda sobre as artes com a falta da liberdade nelas.

    Dentro das salas de aulas, é claro que ninguém vira uma máquina e não expõe a sua opinião. Não acredito na imparcialidade nem fora das humanas, quanto mais na área da Prof. Cléo.

    O problema é o ambiente antidemocrático criado nas humanas. Capitalismo é ditadura e deve ser derrubado! O autor coloca esta ideia de forma envergonhada: “você esteja sendo assaltado por um simples sentimento de culpa por querer salvar uma sociedade piramidal de seus assaltantes "progressistas". “

    Que sociedade não foi piramidal? Até agora, nenhuma! Chamo de religião esta crença em algo igualitário, um céu na Terra em que todos serão “homens totais”.

    Veja que o Salvador Marx não conseguiu não ser machista. Como também não conseguiu não ser racista com o amor de sua filha.

    O que defendo, defendido em qualquer universidade de ponta no Mundo, é um “respeito” ao outro lado. Por exemplo, fico imaginando o professor Gustavo colocando ensinamentos para os seus alunos através da lente “assaltantes "progressistas".

    Como mais um da área da história, os conceitos de autoritário e democrático não podem ser tratados como lixo.

    Chamar algo de autoritário não é condenar, é descrever. Sou autoritário com minha cachorrinha, ela só come o que eu determido e não há conversa.

    Ou já houve prática socialista não autoritária? Ou há um “socialismo democrático”? No capitalismo há sociedades com liberdades como ir, vir e ficar; expressão; imprensa e estado de direito. Essas coisinhas basiquinhas que não se acha em qualquer sociedade socialista. Mesmo no M.E. aparelhado pelos socialistas não há isso.

    Gostei da expressão: do meu desejo de “ter um sistema de ensino conformista e reprodutor do status quo”.

    Que tal a questão 64 da Fuvest 2014: c) a Igreja Católica apoiava, com a maioria de seus
    membros, a escravidão dos africanos, tratando,
    portanto, de justificá-la com base na Bíblia.

    Para exemplificar esta visão, questionável, a Fuvest usa um texto do Padre Antonio Vieira.

    http://www.fuvest.br/vest2014/provas/prova_fuv2014_1fase.pdf

    Uma mentira histórica esquerdóide apresentada na prova que seleciona a elite paulista.

    Gosto quando a esquerda se faz de vítima.

    Por favor, cadê a visão opressor conformista ditatorial capitalista na fuvest?

    P. Vieira escravocrata é mentira histórica que não resiste a simples consulta ao Wikipédia.

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    1. Preciso, antes de mais nada, assinalar a sua desorientação ao vir contestar na minha página coisas que eu não disse nem escrevi, e sequer conhecia. Definitivamente me faltará tempo para comentar todos os vestibulares deste final de ano, e será grande bobagem você me criticar por isto. Não sou especialista em padre Antônio Vieira, longe disto, mas devo desapontá-lo. Em certo trecho dos Sermões ele realmente justifica a escravidão africana, sendo o sofrimento dos negros um mal necessário para arrancá-los do paganismo. A passagem é bastante conhecida, e creio que será fácil encontrá-la.
      Outra coisa bastante complicada é me incluir na categoria "autoritário" sem mostrar onde está o autoritarismo. Por acaso terei dito que o site Escola sem Partido deve ser fechado? Na verdade, você discute o tempo inteiro com espantalhos. Quem, afinal, proferiu a sentença "o capitalismo é ditadura e deve ser derrubado"? A propósito, nisto é você quem parece o autoritário, estabelecendo a organização econômica capitalista como um dogma que não pode ser atacado. Por que é "antidemocrático" defender a mudança de um modo de produção, ou das relações sociais como um todo? Quanto à tolice de insinuar que considero os ladrões como justiceiros sociais, só posso responder com a pergunta: onde, caro rapaz?

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    2. A menção a Marx gracejando em cartas pessoais sobre o "oitavo de sangue negro" de Paul Lafargue é tendenciosa. Poderíamos presumir através de outras passagens, como a também conhecida "um negro é apenas um negro, outras circunstâncias o fizeram escravo", que ele não endossava as teorias raciais na moda da segunda metade do século XIX. É certo que você poderia levantar um punhado de falas racistas de homens ligados a partidos de esquerda, mas a questão fundamental está em outra parte: as hierarquias étnicas vigentes servem à direita, que nem as assume nem as critica com a ênfase necessária, porque sabe que assim perderia votos vitais. Por outro lado, qualquer pessoa que exponha tendências racistas em organizações de esquerda do século XXI ficará de imediato sem ambiente e terá que buscar outra freguesia.
      Sobre a suposta escassez de alternativas socialistas democráticas, nunca é demais lembrar, de entrada, o que os esbirros armados da direita fizeram sistematicamente contra quem tentou colocá-las em prática. O que foi feito de Jacobo Árbenz, de Salvador Allende, Juan Bosch e tantos outros que pretenderam mudar suas sociedades pelo voto? Quem trucidou Patrice Lumumba para colocar em seu lugar Mobutu Sese Seko?

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  5. O problema não é o professor ter opinião, o problema é colocar o outro lado no erro, na ilegitimidade, quando não concorda com os interesses dos “progressista” que não criticam Cuba.

    Gostei do Pizolato não ter fugido para Cuba com Dirceu fez durante a Ditadura. Mais relevante historicamente que a prisão feita em 15/11/13.

    Os governos do PT são muito bons porque tiram qualquer máscara. Os discursos dos petistas nos anos 70, 80, 90 e durante os governos são grotescamente diferentes; os fins prevalecendo sobre os meios, como todo bom socialista defende.

    Corrupção, Sarney, Maluf, Privatizações, Controle Fiscal, Juros, Globalização. Tudo que era criticado se tornou válido.

    E os outros partidos da esquerda? Como historiador, deve saber que, como o PSOL, o povo não saiu do PT por questões ideologicas, foram saidos do PT porque não concordaram com a estratégia escolhida por Lula, o Soberano.

    A esquerda é coerente com os fins e não com os meios democráticos, uma lealdade ao discurso apresentado na praça pública.

    Lealdade com os opressores capitalistas para que? Né!

    Outra vez, como chamá-los de afeitos à democracia os que não dão valor a ela?

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    1. Quanto nonsense! Já está ficando cansativo... Pizzolato fugiu para a Itália simplesmente porque lá será tratado como um cidadão do país e não sofrerá extradição. Em Cuba seria um mero clandestino com poucas chances de se esconder.
      Não deixa de ser engraçado você apontar algo óbvio, a alteração dos discursos partidários ao longo do tempo, enquanto se esquece de que a adaptabilidade a praticamente tudo, desde monarquias absolutas até repúblicas que incluem o termo "socialista" em seu nome, é frequentemente enaltecida como a principal virtude do capitalismo.
      Além disto, vale registrar a incoerência de tentar caracterizar o governo brasileiro, talvez o próprio Estado, como socialista, quando qualquer espectador mentalmente são pode constatar que a coalizão no poder é um conjunto de forças heterogêneas em que prevalecem interesses empresariais, ainda que milhares de sindicalistas e de militantes de esquerda estejam comissionados em ministérios e secretarias.
      Quanto à presumida vocação antidemocrática da esquerda, procure se inteirar sobre quantas páginas e indivíduos vêm veiculando a mensagem "intervenção militar já" e depois me conte quantos esquerdistas encontrou.

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  6. Não instalaram uma câmera na sua ou na classe de Cléo; criticaram a verdade de um lado só que ela apresentou de forma pura e indisfarçada. Linha que resulta em P. Vieira necessariamente escravocrata por exemplo.

    Funcionário público cumpri a lei e deve ser punido se assim não o fizer.

    Só os "técnicos" e os pais poderiam criticar as atividades docentes? Hum! A docência é algo público e regida por leis.

    Qualquer um, leigo ou não, pode questionar a atuação profissional de qualquer um que exerça uma atividade pública.

    Eu sou muito mais afetado por professores que só sabem deslegitimar sociedades democráticas do que comer um hamburguer que me dê uma dor de barriga na lanchonete da esquina.

    Criticar o conteúdo socialista do curso é diferente de despedir o liberal. O liberal também não será professor se não cumprir o programa.

    Pelo menos é assim que deve ser em sociedades democráticas, as capitalistas liberais.

    Cumprir ou não o programa é algo para além de intimidade professor aluno.

    Para mim, ensinar algo autoritário, histórica e teoricamente, aos alunos sem deixar claro que se fala de algo intrinsecamente autoritário é errado. É o mesmo que ensinar o crime, mistificar ideias autoritárias como não as sendo em uma democracia problemática como a nossa.

    Mas eu não sou radical extremado, aceito a legitimidade dos que pensam diferente de mim.

    Os direitos sociais estão aí porque os socialistas & cia lutaram por eles. O Marx historiador é fundamental para entender o Mundo.

    Mas nada disso torna os amigos de Marx amigos da democracia se respeitam as ideias de Karl.

    "debate público inevitável" se dá com o outro lado não sendo deslegitimado. Os da esquerda colocam o outro lado no erro excludente, e não como adversários aceitos como certos se a maioria assim o quiser e respeitarem os direitos básicos de todos (= democracia!).

    (Muito bom desabafar! Obrigado!)

    A Veja é o grande demônio dos "progressistas" de hoje em dia. Era um espaço adorado pelo PT dos anos 90. Collor e Veja mostram bem que o PT não tem vergonha de mudar de amigos a depender do que for mais útil para o projeto de poder deles.

    A Carta Capital é "progressista" para vcs hoje em dia.

    Agora, quantos furos jornalísticos cada uma das revistas publicou?

    É engraçado ver pessoas com cultura diante desta questão.

    Qual é o jornalista de esquerda que não seja "chapa branca"?

    Nada contra a Cléo, Gustavo, Veja ou Carta Capital.

    Mas há as práticas que demonstram a falta de capacidade ou interesse da CC em produzir furos contra os gov do PT.

    Do mesmo jeito que pode se supor que um elogio ao outro lado feito por professores unilaterais de esquerda seja bem improvável. Afinal, se se é de esquerda, o outro lado está essencialmente errado, uma posição de debate não democrática se se é coerente com Marx.

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    1. Começa mal, como quase sempre. O ataque de Nagib a Cléo Tibiriçá não é "a crítica da verdade de um lado só", coisa que ele só poderia constatar estando presente às aulas, e sim a tentativa de um panfletário leigo de influir em currículos universitários, buscando mobilizar para isto (de maneira desastrada, sem dúvida) os poderes de terceiros.
      Qualquer cidadão, e até um estrangeiro que esteja no país como visitante, pode criticar os conteúdos de um determinado curso que tenham sido trazidos a público. Mas a questão fundamental continua sendo: quem é Miguel Nagib para julgar que tipo de bibliografia deve ou não ser empregado na FATEC e ainda "deliberar" sobre possíveis sanções? Ele conhece ao menos a estrutura básica da disciplina ministrada por Cléo Tibiriçá? Dentro da mesma linha, como poderia você avaliar se um programa é ou não cumprido? Quanto a este aspecto, volto a ressaltar que o próprio Nagib, ao "denunciar" o grande número de atividades de Tibiriçá, parece revelar que houve ao menos um louvável "esforço de cumprimento".
      Você também não produziu nenhuma prova a respeito da "deslegitimação da democracia" por parte da professora. O "crime" dela, ao que tudo indica, foi trazer à baila fontes que criticam o salazarismo e o regime de 64. Não duvido que sejam estes os parâmetros de democracia de Miguel Nagib. São os seus?

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    2. Não lhe cabe, absolutamente, acusar Cléo Tibiriçá de "mistificar ideias autoritárias" com base apenas numa lista de obras que foi publicada na Internet. Ela até poderia (também tenho direito a formular hipóteses absurdas) ter apresentado todas as peças com a finalidade de desconstruí-las. Devo dizer que este tipo de conclusão só tem consistência se vindo de quem participou das aulas ou eventualmente teve acesso à filmagem delas (integral e sem edição!).
      Os comentários sobre as revistas políticas são, perdoe-me a franqueza, simplesmente ridículos, a não ser que consiga me explicar como a Veja dos anos 90 beneficiava o PT apoiando a eleição e os governos de Collor e FHC. A pergunta sobre qual jornalista de esquerda não defende o governo deve ser respondida com outra pergunta: quem, entre os capitalistas que controlam todos os meios de comunicação de certa visibilidade no país, estaria disposto a impulsionar a carreira de jornalistas de esquerda que atacassem o governo, quase inevitavelmente se colocando à esquerda deste mesmo governo?
      A presunção de que a esquerda é antidemocrática por achar "o outro lado errado" não faz sentido. Por acaso, invertendo o ângulo de observação, alguém diria que a direita não considera a esquerda "errada"? Antidemocrático seria tentar silenciar a voz alheia, o que, destaco mais uma vez, não foi provado no caso de Cléo Tibiriçá.

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  7. Gostei da minha sexualidade, ou não sexualidade, ser usada neste debate.

    A Dilma não usar o poder de indultar Dirceu está ligado aos meus impulsos sexuais.

    A Cléo apresentar o outro lado no erro, de forma antidemocrática, fato não contestado, é fruto de quem me atrai?

    Colocarei na terapia esse vínculo entre as minhas críticas e a minha sexualidade que estabeleceu.

    Eu ter entrado tanto no seu texto mostra bem como os de esquerda têm muita dificuldade de aceitar o outro. Seja um professor, seja um amigo, seja um aluno.

    Qdo falo do meu medo de não falar o que falo aqui na FFLCH, me refiro a isso.

    Se vc já saiu dos conceitos públicos que falei e foi em direção ao meu inconsciente sem me conhecer, imagine o que faria se eu fosse seu aluno. Um pária.

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  8. Sobre a criminalização do outro. Veja o que Cléo escreve:

    "a simples publicização de informações circulantes em grupo fechado privado, sem previa autorização, já constitui irregularidade passível de responsabilização e penalidade previstas em lei –, venho notificá-lo de minha discordância e consequente desautorização da referida publicação, vinculando meu nome aos propósitos difamatórios do blog que o sr. coordena."

    http://www.cartacapital.com.br/sociedade/a-professora-e-o-macartismo-201celes-acusam-eles-julgam-eles-punem201d-9045.html

    De novo, segundo a própria CC, o outro lado fala que:

    "O que a Prof.ª Cléo está tentando “desenvolver” nos alunos, a julgar pelo escandaloso viés ideológico do material adotado em seu plano de ensino, é a maior aversão possível a tudo o que não se identifique com uma visão esquerdista ou progressista da sociedade, da cultura, da economia e da história."

    A crítica se deu a partir da bibliografia apresentada pela professora, algo íntimo p cléo.

    O errado do “reaça” não está na pessoa e sim na prática.

    Já Cléo colocou o outro lado no erro máximo, o crime.

    Bibliografia escolhida estaria dentro deste conceito seu de “intimidade” da relação professor aluno. Cléo acha que sim nesta frase “ minha discordância e consequente desautorização da referida publicação”.

    Correlação entre os valores democráticos que orientam e vinculam toda política pública, programa do curso e bibliografia seria algo que violasse a intimidade aluno professor?

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    1. Tecnicamente ela não está errada: veicular a intimidade alheia sem autorização é algo que de fato pode dar margem a processo. Devemos nos reportar também ao contexto: Cléo Tibiriçá foi caracterizada como delinquente no site de Miguel Nagib e revidou na mesma linha, aliás de maneira bem mais coerente. Imagine alguém entrando numa delegacia para denunciar um professor por ter usado em aula músicas de Chico Buarque. Imagine o espanto do escrivão ao constatar que o denunciante é um advogado!
      Novamente ressalto que as únicas tendências autoritárias comprovadas estão "do seu lado". Cléo Tibiriçá tem o direito de deixar claro que detesta as ideias de direita, assim como quaisquer outras. Só estaria errada (e sujeita a sanções) se tentasse silenciar as opiniões contrárias, por exemplo, reprimindo alunos que trouxessem para o debate uma bibliografia conservadora. Existe pelo menos suspeita de que isto aconteceu?
      É igualmente sem lógica a insinuação de que a professora faz segredo sobre a bibliografia de seu curso, como se tratasse de uma perverso manual de doutrinação que precisa ser escondido. Estas informações não apenas devem ser fornecidas ao departamento como em regra ficam disponíveis para o aluno desde a aula de apresentação. O aluno, obviamente, sempre poderá mostrá-las para quem quiser. A bibliografia pode ser considerada "íntima" somente no aspecto de que a forma como é trabalhada se torna uma experiência "fechada" entre professores e alunos.
      Não é crime, no meu entender de leigo, reproduzir na Internet a lista de publicações utilizada num curso. Porém, a utilização que Miguel Nagib faz destas informações é claramente difamatória, e ele tenta criar uma onda macarthista sem sentido, intimidando uma funcionária pública que apenas cumpre o que julga o seu dever, de acordo com as suas concepções político-filosóficas.
      É claro que não farei isto, até pela noção de ridículo que julgo possuir, mas poderia eu, de posse do plano de curso de um professor de Economia que bombardeie seus alunos com a leitura exclusiva de Mises e Hayek, pedir sua cabeça a dirigentes universitários que devem ter muito mais a fazer do que se constituírem em árbitros de brigas ideológicas?

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  9. Se e quando eu tiver um filho, ficarei com medo de criticar pessoas como vc. Falarei a verdade sobre os conceitos de autoritarismo e democracia e explicarei a quadratura do círculo que os "progressistas" tentam fazer nesta seara. Também falarei sobre o príncipe de Gramsci.

    Eu já fui estigmatizado quando aluno porque minha mãe achou que houvesse lealdade no debate professor pai quando se chega a temas ligados a liberdades básicas de uma democracia.

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    1. Sinceramente, o máximo que posso fazer "contra você" é escrever algum artigo neste blog, e mesmo assim necessitaria da sua saída do anonimato. Quanto a perseguir crianças, nem me dou ao trabalho de retrucar, a menos que fundamente a questão em algo palpável. Acredito que tenha muito mais a temer, ainda que não perceba, de banqueiros, jornalistas de direita e diretores de associações comerciais.

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  10. Mudando de assunto.

    Curiosidades de um leigo a um historiador:

    1) Será que a Comissão da Verdade apresentará os traidores que ajudaram a Ditadura? Duvido?

    2) Por que será que a historiografia só conseguiu falar de Cabo Anselmo até agora? De todos os guerrilheiros, nenhum foi X9?

    3) Como a Dilma pode falar em luta pela Democracia se ela buscava o socialismo na guerrilha?

    4) Há algum documento de época que demonstre esse vínculo entre mov guerrilheiros socialistas e Democracias? Mistificou-se?

    5) E Dirceu apoiado por Cuba também teria defendido a Democracia? Cuba apoiaria um mov pró regime de governo capitalistas?

    6) Há democracia sem as liberdades básicas, ir e vir, expressão? Há socialismo que aceite estas liberdades essencialmente capitalistas liberais?

    Beijos!!!!

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    1. 1)Historiadores não são videntes e só podem comentar o que de fato acontece. Adianto apenas que um eventual esquecimento de traidores não acrescenta qualquer razão aos defensores da ditadura.
      2)Infiltrados existem em toda parte. Não me causaria surpresa, viajando ao polo oposto, descobrir que algum oficial do Exército alertou guerrilheiros para que fugissem antes da chegada da repressão. Sobre o cabo Anselmo, personagem de meio século atrás, posso dizer que a maioria dos historiadores gosta de escolher objetos um pouco (ou muito) distanciados no tempo. O "tabu" sobre o homem me parece mais criação sua do que realidade.
      3)Ela buscava o que entendia como democracia, só que democracia popular e não burguesa. A "contradição", mais uma vez, está naquilo que você quer ver.
      4)Muito provavelmente não, até porque os regimes que você entende como "as democracias" apoiavam logisticamente a ditadura.
      5)A primeira pergunta encerra um juízo de valor com o qual não concordo. Você deixa nas entrelinhas que a democracia é algo intrinsecamente capitalista. Quanto à segunda, eu me arriscaria a dizer que sim, desde que o "movimento capitalista" demonstrasse uma independência inconveniente para os interesses dos Estados Unidos.
      6)As liberdades básicas não são capitalistas e sim iluministas. Você mesmo poderia listar incontáveis exemplos de capitalistas que combateram-nas com todas as forças, sobretudo na América Latina. Ainda sobre a questão, mostre-me um único programa atual, do partido socialista que quiser, negando as referidas liberdades.

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  11. Não coloquei em dúvida, anteriormente, a sua qualidade de aluno da USP. Mas tenho que fazê-lo agora, diante da absoluta incapacidade de interpretação de textos que demonstra.
    Leia de novo o que foi dito por mim:

    "Calculo que você consegue realizar esta tarefa, sozinho, bem melhor do que alguém que não sabe sequer qual é o seu sexo."

    Explico como se estivesse diante de uma criança de sexto ano: a pessoa que não sabe sequer qual é o seu sexo sou EU! Isto porque, apesar do tom masculino dos comentários iniciais, você me enviou no final beijos que não são tão usuais no trato entre homens heterossexuais. Eu não disse que você tem dúvidas a respeito da sua própria sexualidade, conclusão que seria estapafúrdia diante da pobreza dos dados disponíveis. Melhorou agora? Apresento sinceras desculpas caso tenha se sentido "xingado de gay". O espírito da coisa foi outro, e levar o fato para a terapia poderá trazer circunstâncias inesperadas.

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  12. Gustavo, saiu uma decisão judicial, Nagib e sua turma apanharam.

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    1. Acabei de ver, com grande satisfação. Está aqui:
      http://independentefatecsp.wordpress.com/2013/12/11/juiza-determina-a-retirada-de-material-difamatorio-publicado-no-blog-escola-sem-partido-sobre-a-professora-da-fatec-barueri-cleo-tibirica/

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