quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Ainda bem que somos bárbaros: Rodrigo Constantino e seus fãs civilizados


          Um jovem leitor do blog, Leonardo Molina, me chamou a atenção, há algumas horas, para um artigo publicado anteontem por Rodrigo Constantino na página associada à revista Veja:

http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/cultura/o-rolezinho-da-inveja-ou-a-barbarie-se-protege-sob-o-manto-do-preconceito/

       Identifico, em primeiro lugar, a demagogia e o sensacionalismo característicos dos panfletários da direita.  Uma pequena multidão, formada na quase totalidade por adolescentes e adultos jovens desarmados, sem máscara e outros apetrechos do gênero, realizando brincadeiras típicas das escolas públicas e praças de subúrbio das grandes cidades brasileiras, é anunciada como uma gravíssima ameaça à civilização e ao estilo de vida das pessoas "ordeiras".  Constantino emprega inteiramente fora de contexto o termo "arrastão", visto que não se percebe em qualquer segundo do vídeo a intenção, por parte dos temidos "bárbaros", de praticar assaltos ou saques. Apenas dois rapazes tentam brigar com os seguranças (sem que fique claro quem iniciou as hostilidades), enquanto a maioria ri, dança, se movimenta em todas as direções sem dar a menor impressão de estar obedecendo ao comando de instigadores maquiavélicos. 

Ao longo do texto, o colunista se trai até em seu "igualitarismo liberal", nos seguintes desabafos:

"Se pobres ou negros circulam livremente por diversos shopping centers (basta uma rápida visita ao Barrashopping, o maior da América Latina, para verificar), então esse tipo de “rolezinho” não pode alegar ser rejeitado por conta de algum preconceito." 

"Como eu disse, vários pobres ou negros frequentam esse tipo de estabelecimento numa boa, sem problema algum, como deve ser."

         Apontar a mera transposição das portas dos shoppings por pobres e negros como prova de tolerância da sociedade é um argumento tão pueril que levaria ao desespero os defensores mais hábeis do mito da democracia racial.  Para haver preconceito, seria necessário que se pregassem placas com os dizeres "É proibida a entrada" no entorno?  Como os seguranças não intimidam todos que querem entrar, chegamos à "igualdade possível entre desiguais"? Notemos também que Constantino registra com satisfação a presença de "vários pobres ou negros" de bom comportamento nos shoppings.  Com base no que lemos, e no que se conhece sobre o "valoroso liberal", a partir de que número os "vários" seriam demais? Que elementos determinariam a mudança da categoria "numa boa" para a de "problema"? Bonés com aba reta? Cabelos oxigenados? Música ofensiva aos ouvidos "refinados" de Constantino?  Por outro lado, alguém deveria confiar este tipo de julgamento a um ideólogo tão "vitimista" que simula acreditar que o verdadeiro preconceito é dirigido contra patricinhas e mauricinhos?      
        Como Rodrigo Constantino posa de democrata, e até permite que passem pelo filtro da página comentários que desmentem por completo suas premissas, certamente relevará todas as insinuações maldosas que faço.  Muito ainda poderia ser dito sobre seu udenismo tardio e rançoso, mas prefiro voltar minha atenção para algo pior: a plateia.  Considerando que a família Civita jamais foi acusada de jogar dinheiro fora, e que Rodrigo Constantino tem ocupado um espaço midiático significativo, torna-se evidente que seu discurso agrada a um público específico.  Não preciso recorrer a critérios subjetivos para definir qual é.  Os fãs e correligionários do economista se apresentam espontaneamente na mesma seção de comentários.        
     
    
Segundo Marcelo Danton, quando as atitudes dos outros se chocam com os "nossos costumes" o racismo se torna compreensível.



Don Alfonso incorpora, sem rodeios, a lógica do apartheid. 



Um antigo presidente brasileiro supostamente falou que a questão social era mera questão de polícia. O Sr. Paulo Peres simplifica e torna tudo uma questão de cães de polícia! 





Uma certa Valéria declara a quem possa interessar: lugar de selvagens, forçosamente, é África. 





Ressuscitando alguma modalidade de determinismo geográfico, Cesar acredita que a baixa atividade mental é inerente a quem vive na periferia.




Abaixo, com nome impronunciável, temos um clone ideológico (perdão pelo mau uso da palavra!) do Capitão Fiz Porque Quis. 





Gerson Medeiros crê na existência de um Brasil Terra sem Males, onde as incontáveis oportunidades de ganhar milhões e se projetar socialmente são jogadas no lixo por um povo preguiçoso e desorientado.




Dose dupla: "Obervador" deixa claro que favelados não fazem parte da sociedade e B. Falcão parece prestes a vestir um escafandro antes de sair às ruas.



O boquirroto Andief, no ápice de sua sintonia com Constantino, sente até o cheiro dos pobres através de um vídeo da Internet. 





         Eu abusaria demais do direito de entediar os leitores caso gastasse mais de uma frase para afirmar que é exatamente este tipo de "cidadão" que Veja e seus colunistas têm como consumidor fiel e pretendem continuar cativando.  Tanto Rodrigo Constantino quanto sua claque de reacionários se julgam uma ponta de lança da civilização.  Onde me alisto para o próximo rolezinho?   

35 comentários:

  1. E eu só posso afirmar que achei muito preconceituoso. Tanto o post dele quanto o seu. Os dois, na minha humilde opinião, sentiram foi muita vontade de chamar atenção. Um postando merda em uma grande revista de circulação nacional (e não discordo da péssima qualidade, mas temos que concordar que a circulação é grande) pra chamar atenção. E o outro fazendo crítica ao post de uma grande revista de circulação nacional. Pra chamar atenção. Alegar que o grupo estava puramente se divertindo, concordo. Mas dizer que não sabe de onde surgiram as agressões, com o aparecimento dos seguranças? Fica bem óbvio na filmagem de onde surge a violência. A física. Porque a verbal e moral, sobre o caso, pra mim, tá vindo dos dois lados. Tanto do seu quanto do Rodrigo.

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    1. Na minha não tão humilde opinião, você se engana completamente. Eu teria recursos bem melhores para chamar a atenção do que produzir mais um entre centenas de textos de crítica ao Constantino. O que eu quero, de fato, é mostrar que tipo de cidadão, em regra, integra a "verdadeira direita", de cuja falta alguns tanto se ressentem, e que projeto de país ele implantaria se tivesse os meios necessários.

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    2. Sem me alongar excessivamente, eu diria que você ignora, ou finge ignorar, que vive em um país com relações sociais das mais autoritárias. Sugerir que seguranças só aparecem (e batem) quando o público se excede chega a ser risível. Quanto à virulência dos discursos, tratamos de um elemento obrigatório no mundo da política; se não gosta, não deveria comentar nem lá, nem cá.

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  2. Caramba, meu caro, que estomago de ferro para ler todos esses comentários e ainda conseguir compila-los e destacar os absurdos. Eu admito que não consegui ir adiante do terceiro, pulei direto para suas considerações finais.

    Este blog é excelente, um dos melhores na minha opinião. Mais do que necessário.

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    1. Obrigado pelo incentivo, mas sei que ainda tenho muito o que aprender no ramo. Sobre as constantinetes, concordo que são tão detestáveis quanto os machistas toscos e os supremacistas raciais.

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    2. Não só as constantinetes, como os leitores da veja no geral.

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    3. Eu li suas respostas ao Olavo de Carvalho, tempos atrás. Principalmente àquelas depois do vídeo histérico e louco dele, gritando a ponto de quase infartar. Quando vi o vídeo pensei que você tinha desistido e, até mesmo, admitido derrota. Mas ao ver suas respostas, recriei uma fé na humanidade. Não afirmo isso por me identificar com o blog, mas com a necessidade de se combater esses fascistoídes defensores da civilização e de uma certa alta cultura.
      Aliás, seria muito interessante fazer um bom dossiê com as bobagens da extrema-direita em afirmar que o nazismo era de esquerda e, mais do que isso, apresentar os equívocos pautados em historiografia.
      No mais, parabéns novamente.

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    4. Ele tem uns textos aqui no blog sobre os pontos que você colocou, Luís. Dá uma olhada pelos marcadores aí do lado direito

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  3. Esse Constantino e a revista para a qual trabalha deveriam responder judicialmente por compactuar com o preconceito racial, o estímulo à violência contra menores, e outras coisas que a gente percebe nos comentários que não fizeram a menor questão de filtrar. Parabéns, Gustavo Moreira, pelo estômago ( não deve ter sido fácil essa tarefa) e pelo texto!!

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    1. E se fosse um desses adolescentes dizendo na internet que acha que todo "burguesinho" é safado, pilantra, que rouba riqueza alheia, e todo esse discurso imbecil que vocês conhecem bem, como seria? Deveria responder judicialmente por preconceito contra os mais ricos ou aqui tá valendo?

      Se o ponto é estímulo ao ódio e à violência, pela sua lógica, a esquerda toda já deveria ter sido condenada à forca, porque prisão é pouco.

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    2. Dizer que a burguesia "rouba riqueza alheia" não é um mero impropério, mas uma tese que encontra respaldo em milhares de obras. Quanto aos demais xingamentos de adolescentes, note que você se refere a pessoas com personalidade em formação e apenas parcialmente responsáveis pelo que declaram, ao contrário do trintão Constantino e de alguns dos comentaristas, que aparentam ser ainda mais velhos. Por outro lado, não faz sentido você me atribuir o papel de moderador de todas as bobagens que se falam à esquerda na Internet. Posso deixar passar, "aqui", uma ou outra expressão de desabafo, mas corto o que me parece escatologia, trollagem ou desequilíbrio mental. Para finalizar, registro o quanto fiquei impressionado com o humanismo burguês expresso na sua última frase. Acho que minha matéria teve o efeito colateral de formar mais uma constantinete.

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    3. A idéia de que a burguesia "rouba a riqueza alheia" baseia-se em uma concepção simplória do conceito de riqueza, que é concebida como uma coisa material, mensurável, que não é criada nem destruída, só repartida, tal como os bombons em uma caixa, onde quem pega muitos bombons para si deixa poucos para os outros. Quando se afirma que, no Brasil, os 10% mais ricos detêm 90% das riquezas, e os 90% restantes ficam com os 10% da riqueza restante (afirmação verdadeira do ponto de vista das estatísticas) fica no ar uma conclusão óbvia: os burgueses estão roubando a riqueza alheia, e tudo o que há de se fazer para acabar com a miséria do mundo é confiscar essa riqueza extra que eles pegaram e distribui-las para quem ficou sem.

      Parece fazer lógica. Mas faz tanta lógica quanto o conhecido bolo do Delfim dos tempos do milagre, que dizia ele, tinha que crescer antes de ser repartido. Esses 90% da riqueza nacional que se encontra nas mãos dos burgueses não podem ser colocados debaixo do braço e prontamente convertidos, no armazém da esquina, em comida, roupas, utensílios e remédios de que os pobres necessitam. Quando se diz que os burgueses detêm 90% da riqueza nacional, o que se quer dizer é que o valor somado das empresas, ativos e imóveis que pertencem aos burgueses corresponde a 90% do PIB bruto. Distribuir essa porção ao povo significa, simplesmente, passa ao povo a tarefa de administrar as empresas, ativos e imóveis que atualmente são administradas pelos burgueses. O burguês é apenas o GESTOR da economia; ele pode até ser eliminado, mas o papel de gestão que ele exerce não pode ser eliminado: outro alguém terá que exercê-lo. Fica a pergunta no ar: a gestão dos conselhos de trabalhadores será tão mais eficiente, a ponto de materializar todos os itens de consumo cuja falta faz a diferença entre o pobre e o remediado?

      As experiências do passado indicam que não.

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    4. Nada é mais "simplório" do que fazer vista grossa para os numerosos mecanismos de concentração de riqueza que existem ao nosso redor, que nada têm de naturais, mesmo na acepção mais liberal que se possa dar ao termo "natural". Existe, por exemplo, livre negociação entre um indivíduo que possui meios para subsistir por quinhentos anos e outro que ou aceita o salário mínimo oferecido pelo primeiro ou na semana seguinte já começa a passar fome? Existe alguma equidade quando um cartel de companhias de ônibus compra 80 ou 90% de uma câmara de vereadores e impõe ao usuário as tarifas que quer? Já parou para comparar as tarifas bancárias atuais com as das décadas de 80 e 90? Como os banqueiros sobreviviam com as taxas irrisórias daquelas épocas? Caso ache o termo "roubo" pejorativo em excesso, podemos ficar com "apropriação indébita".
      Também é "simplório" imaginar que o projeto da esquerda consiste em confiscar sumariamente todos os meios de produção e dividi-los em partes iguais pelos 200 milhões de habitantes do país. Lembra do velho lema "A cada um conforme a sua produção"? Quanto à questão "gerencial", não é demais lembrar que em muitas empresas ditas modernas as famílias proprietárias já se recolheram simplesmente à condição de acionistas majoritários e entregaram os encargos de direção a administradores profissionais.

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  4. A opinião do Constantino tem piorado muito. Mas, os comentários! Jesus, Maria e José!!!!
    Que complicado. Mas, algo para se pensar: se esses comentaristas do texto do Constantino detestam tanto o povo brasileiro, o Estado etc., por que estão aqui ainda? Por que não foram realizar algum "sonho americano" que devem possuir, lá nos EUA?
    Sei que essa minha manifestação é pueril, mas, diante do lixo que eles escreveram, só isso para dizer. Não dá para argumentar "civilizadamente" com esses pré-nazistas.

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  5. Tem toda razão em apontar comentários raivosos e odiosos, mas perde a razão ao apontar o liberalismo como norte deles, pois nós não achamos nenhuma graça em comentários babacas como os que foram mostrados. Defendemos liberdade econômica, política e respeito mútuo...enfim tratamento digno e cidadão...coisa que se existisse nesse país, não teria como surgir posts ridículos como os ilustrados, já que não haveria espaço pra falso elitismo e o esquema casa grande e senzala não funcionaria.

    Escrevi anônimo somente por não ter conta em nenhuma das opções, mas meu nome é Antônio Maciel. Boa noite.

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    1. Dois enganos, a meu ver: o fato de eu ter classificado o Constantino como liberal, a partir do que ele mesmo afirma, não implica necessariamente na conclusão de que os comentários preconceituosos sejam "norteados pelo liberalismo". Não é preciso me explicar que existem outras direitas além da liberal. Em segundo lugar, não creio que o elitismo dos nazistófilos que elogiaram a matéria seja falso. Mesmo que alguns deles sejam quase analfabetos e provavelmente pobres, isto não impede que embarquem de verdade na fantasia de que fazem parte de uma burguesia ilustrada e culturalmente superior. Já que tocou no tema Casa Grande & Senzala, devo lembrar que tanto o Partido Liberal do Império quanto o Conservador se batiam pelo liberalismo econômico. Seus deputados e senadores tinham na ponta da língua os melhores discursos antiintervencionistas da época. Por fim, registremos que o liberalismo do século XIX conviveu maravilhosamente com diversos sistemas de trabalho pré-capitalistas, entre eles o escravismo brasileiro. Durma bem.

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  6. Pra ser sincero esse post me fez sentir em um Brasil que já passou por isso, aquele do final do seculo XIX com os mesmo problemas vinda das classes abastardas e das classes menas, em fim, segregada economicamente com divergências sociais evidentes, e essa mentalidade da classe médias projeta essa exclusão tentando colocar os inferiores no lugar certo e pode ter certeza que não é no estabelecimento de alto consumo como esses shoppings, moro em Brasilia e ela e exemplo de uma cidade projetada para a segregação.

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  7. cara lendo os comentários vi de tudo e o pior é que sabemos que se fosse só essas centenas que frequenta o blog do Constantino estava bom, mas o pior é que existem milhões pelo Brasil q acreditam q na favela só vive marginal, q na periferia ninguém presta. Vi esse tipo de pensamento varias vezes e é por este motivo que não me identifico e nunca me identificarei com a direita. Acredito naquele ditado: é preciso olhar com quem fazemos coro pra ver onde estamos indo, eu não quero me juntar a pessoas que generalizam tudo

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  8. Eles amam pobres no shopping,mas em minoria,para sua própria ostentação(apesar de não ouvir funk,não vivem sem ostentação,a base do capitalismo)Mas que absurdo ter mais pobres que os 5 porcento que entram pra comprar!!que se foda se eles não tem lazer.
    Ps:Ou capinar pra eles é lazer,ou acham que alguém que capine a vida inteira vai ter dinheiro pra frequentar shopping e desfrutar dos benefícios do capitalismo.

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  9. PECUNIA NON OLET

    Esta conhecida expressão latina - o dinheiro não tem cheiro - significa que não importa de onde venha o dinheiro, ele é sempre bem vindo. Mas já existiram, na história, épocas e locais onde a discriminação falou mais alto que o desejo mundano de lucro. Por exemplo, no sul dos Estados Unidos antigamente, numerosos estabelecimentos comerciais recusavam-se a atender negros, ainda que tivessem dinheiro para pagar.

    Será o mesmo que está acontecendo em nossos shoppings?

    Nesta caso, forçar a entrada em locais onde "não deveriam estar" é uma boa ideia para demonstrar repúdio à discriminação. É bem conhecido o episódio ocorrido em 1961 na cidade de Greensboro, onde quatro negros sentaram-se à mesa de um restaurante local e esperaram durante horas sem serem atendidos, e assim chamaram a atenção da mídia para o racismo de que eram vítimas. Tenho lido toneladas de comparações por aí afora entre o episódio de Greensboro e o caso dos rolezinhos. Dizem que é a mesma coisa.

    Mas bem analisado, não há contraexemplo mais oposto. Os quatro negros de Greensboro agiram de uma maneira ostensivamente ordeira, porque a intenção deles era essa mesmo: provar que a recusa em prestar-lhes atendimento nada tinha a ver com seu comportamento. A garotada dos rolezinhos age de uma maneira ostensivamente desordeira, porque a intenção deles é essa mesmo: "causar" como eles dizem, ou seja, incomodar aos outros.

    Mas agora me digam, com toda a sinceridade: vocês realmente acreditam que se algum daqueles jovens de boné e bermuda, comportando-se civilizadamente, entrasse em uma loja do shopping, os vendedores se negariam a atende-lo?

    De resto, não presenciei nenhum desses tais rolezinhos, mas pelo que tenho observado, trata-se da mesma coreografia executada pelas torcidas organizadas nos estádio, pelas galeras nos bailes funk ou durante os arrastões nas praias: um grupo de jovens de repente se junta, começam a gritar e a repetir palavras-de-ordem, e no instante seguinte já estão brigando com a gangue rival, ou quebrando tudo, ou roubando, geralmente as três coisas ao mesmo tempo. Não tem nada de inocente aí.

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    1. A comparação é forçada, e além disto você impõe aos pobres e/ou discriminados uma espécie de camisa de força, ao insinuar que só protestos "ordeiros" são válidos. Ou seja, se as constantinetes querem expulsar dos shoppings e dos demais lugares "civilizados" os que ofendem seus valores estéticos, seu gosto musical, seu conceito de pudor, Pedro Mundim concede direitos aos "bárbaros", desde que eles aceitem o jogo no campo do adversário com as regras feitas pelo adversário. Por fim, a premissa de que toda coreografia de baile tende a resultar num saque merece ficar inscrita, em pé de igualdade, entre as pérolas dos fãs do Constantino.

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  10. O Constantino escreveu um artigo defendendo a exigência de uniformes de babás para entrar em clubes, o que foi declarado ilegal. Isso mostra que o elitismo do blogueiro não se resume somente nos rolezinhos.

    http://veja.abril.com.br/blog/rodrigo-constantino/cultura/as-babas-uniformizadas-o-rigor-do-traje-e-a-propriedade-privada/

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    1. Existe coisa mais elitista do que ser comunista? Não conheço nenhum comunista pobre. Comunista adora falar mal do capitalismo ao mesmo tempo que usam pen drive, andam de carro, usam PC, mesmo assim adoram falar mal de quem produz destilando toda sua inveja e ódio sobre quem trabalha.Nos países comunistas 99,9% da popualação vive em regime de trabalho escravo comendo capim enquanto uma elite de iluminados cada vez mais bilionária usufruem de todo luxo do mundo. O socialismo é coisa mais elitista e a mais brutal concentração de renda que existe na face da terra, onde meia duzia de burocratas detem mais de 50% do dinheiro de um país em suas mãos.

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    2. Quanta repetição de lugares comuns! Evidentemente, você só conhece comunistas que foram eleitos vereadores, deputados, ou ocupam presidências de sindicatos. Mas quem os elege? Já procurou saber algo sobre as bases dos comunistas, antes de falar besteira?
      Já procurou também saber que tipo de sociedade, quanto ao desenvolvimento das forças produtivas e do consumo, conceberam Marx, Lenin e outros teóricos socialistas? Já ouviu alguma vez o lema "a cada um conforme as suas necessidades", antes de achar que todo esquerdista sincero deveria seguir um voto de pobreza? Sobre a questão da concentração de renda, uma mera consulta a qualquer tabela mundial do Gini desmente a sua falácia.

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  11. É impressionante a tamanha tacanhez de raciocínio do autor desse artigo, fazendo apologia a deplorável falta de civismo desses jovens. Quer dizer então que sequer em um ambiente comercial PRIVADO é possível estar livre de algazarras e delitos? Classifica isto como uma "brincadeira"? Que diabo é isto, meu caro? Para defender esses mentecaptos oriundos dos grotões das favelas, tu deves ter miolo mole, um tremendo mau caráter.

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    1. Mais um que não percebeu que o vídeo foi gravado NA RUA! Ou ficamos sabendo, talvez, que as calçadas dos arredores dos shoppings agora pertencem aos donos das lojas! Estou comovido com o "civismo" de quem nega direitos abertamente a uma parte da sociedade apenas porque seus integrantes nasceram nos "grotões das favelas", e mostra todo o seu bom caráter vomitando nazismo por trás de um fake.

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  12. A esquerda é uma grande compilação de teorias idiotas, interpretações errôneas do mundo, rebeldia adolescente, argumentos emocionais sem muita consideração pela lógica, e, claro, como colocado no texto, de políticas práticas desastrosas que corroem a sociedade e prejudica logo os mais vulneráveis.
    A esquerda é, sobretudo, uma fórmula incrível pra controlar idiotas e conseguir mais poder sobre toda a sociedade, como a realidade mostra.

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    1. O mais interessante de tudo isto é vê-lo combater a esquerda com argumentos inteiramente "emocionais" misturados a clichês catados na Internet. Que tal, por exemplo, tentar demonstrar como os mais "vulneráveis" são prejudicados por políticas que visam ampliar sua renda e seus direitos? A sua fala não difere muito dos discursos dos que diziam que os escravos precisavam dos senhores. Deixo mais uma sugestão: explique como você conseguiu se excluir da categoria dos idiotas argumentando de uma forma tão primária.

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  13. O B. Falcão era Beatriz Falcão da novela Belíssima e aquele comentário é exatamente uma das falas da personagem na novela em questão. Qual foi o propósito de quem citou a personagem, se foi de fazer uma caricatura ou realmente concordar com ela, eu não poderia dizer, mas certamente a fala não é sua.

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  14. Spammers, não percam seu tempo. Principalmente se quiserem postar informações falsas, como o decantado "Decálogo de Lenin".

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  15. Socialismo é burrice! Meia hora de leitura é suficiente para a constatação! Mas isso é muito pois os idiotas úteis são não dispõe desse tempo muito menos da intelectualidade necessária!

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    1. Ainda bem que sou burro! Fugi da aula em que o meu ilustrado crítico aprendeu a construção "os idiotas dispõe".

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  16. Gostei muito do seu blog. Equilibrado e bem embasado. Eu posso dizer (já que acreditei no eles falam) que a direita, tanto religiosa quanto liberal, apenas vomita ódio e se alimenta da ignorância e, como resultado, atrai essas caricaturas de nazistas como se vê no blog de Rodrigo constantino. Parabéns pelo seu blog. A mentira se enfrenta com a verdade.

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  17. Meu nome é Ivanor de Souza. Sou fascinado por História. Eu agradeceria muito se você me indicasse livros e autores que um apaixonado por História não deve deixar de ler. Se tiver tempo este é meu email: ivanorde@hotmail.com

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