terça-feira, 21 de maio de 2013

Ser de direita é...



Querer encarcerar por cinco anos o filho do porteiro que entrou na mercearia e escondeu uma lata de leite condensado na mochila, perdoando de pronto o filho do engenheiro que foi apanhado furtando gasolina dos carros dos vizinhos.  
 
Proclamar-se cristão conservador, mas flexibilizando bastante o princípio do "Não matarás" quando os mortos fizerem parte das "classes perigosas",  entendidas em sentido bem generoso.

Ser saudosista de épocas em que supostamente cada um sabia o seu lugar, jamais questionando quais eram os índices de analfabetismo, cobertura médico-sanitária e mortalidade infantil dos tempos idealizados.

Detestar o cinema nacional pela tendência de exibir cenas realistas de pobreza, sujeira, criminalidade e consumo de drogas, preferindo produções hollywoodianas em que "mocinhos" tentam consertar o mundo ao arrepio da lei dirigindo por quilômetros na contramão e atirando em dezenas de pessoas. 

Discursar com autoridade sobre as características meritocráticas do mercado de trabalho e dos antigos sistemas de admissão no ensino superior, mesmo conhecendo desde a infância todos os mecanismos de concentração de renda e saber vigentes numa sociedade com Índice de Gini pornográfico.   

Considerar-se um arauto da modernidade por defender o quase tricentenário laissez-faire e julgar conveniente o retorno dos castigos físicos e das aulas de Moral e Cívica nas escolas. 

Pelo menos uma vez por semana anunciar aos incautos os riscos do "comunismo do governo Dilma", sem se dar conta do quanto é ridículo conceber, ainda que por poucos instantes, que conservadores ferrenhos como Michel Temer e Guilherme Afif Domingos fariam parte de um governo comunista. 

Conferir status de liberdade de expressão às mais toscas manifestações de preconceito contra gays, nordestinos e favelados, declarando na mesma conversa que as cenas de adultério e corrupção das novelas noturnas devem ser censuradas.   

Pregar cortes nos programas sociais a título de responsabilidade fiscal e injuriar compulsivamente qualquer um que se mostre contrário a um inchaço do aparato repressivo.

Aplaudir as restrições à imigração impostas por governos europeus, mesmo tendo amigos e conhecidos que ao fazer turismo já foram tratados como bandidos em aeroportos dos países mais falidos daquele continente. 

Desejar a morte do batedor de carteira que lhe roubou trinta reais e admirar o banqueiro que lhe toma a mesma quantia a cada mês apenas pela manutenção de uma conta corrente. 

Proclamar a necessidade de cópia de toda e qualquer medida de governo adotada nos países anglo-saxônicos, desde, é claro, que não resulte na ampliação dos direitos sociais ou trabalhistas. 

Acreditar em todos os enredos sobre self-made men que começaram a vida vendendo fichas de orelhão e picolés e se tornaram donos de companhias aéreas e seguradoras, fazendo questão de ignorar os relatos sobre suborno de autoridades, grilagem, tráfico e lavagem de dinheiro que com boa frequência estão associados às "fortunas repentinas". 

Negar com convicção a existência do racismo, mas tendo sempre na ponta da língua o argumento de que "O maior racista de todos é o próprio negro".

Presumir que todos os moradores de bairros periféricos são suburbanos ignorantes e cafonas, ainda que seus pais e avós tenham nascido e sido criados nos subúrbios.

Dizer-se democrata e idolatrar sem disfarce os políticos do tipo viúva da ditadura, bem como os demagogos que vez por outra gritam que é preciso fechar o Congresso. 

Escandalizar-se ao ouvir que mil índios são donos de vinte mil hectares de terra em um estado amazônico de baixa densidade demográfica e achar normal que um só fazendeiro possua cinquenta mil hectares em outra região bem mais povoada, derrubando toda a vegetação nativa para plantar soja e mantendo na propriedade mais tratores do que homens. 

Ler a revista Veja como se fosse uma Bíblia e considerar todas as obras acadêmicas da área de Humanas um amontoado de mentiras subversivas inventadas por doutrinadores perversos.

Defender o endurecimento das leis penais em geral, porém rejeitando o fim do estatuto da prisão especial para os portadores de diploma de nível superior, que em tese têm mais oportunidades de ganhar dinheiro sem delinquir.

Tirar férias nos Estados Unidos e ficar com medo dos cubanos pobres em Miami, desprezar os porto-riquenhos em Nova York e achar que Los Angeles está infestada de mexicanos, mesmo sendo bem mais parecido com estas pessoas, na aparência física e na conta bancária, do que com os americanos WASPs.

13 comentários:

  1. Mais uma vez, brilhante, Prof.Gustavo!

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  2. Esperava um posicionamento mais crítico de um professor de História. É uma pena que nossos alunos do ensino público tenham contato com tanta bobagem e conteúdo pobre como essa postagem. Por favor, se ser de esquerda é ser tão pobre em raciocínio e criticidade, estamos mal. Sou de centro-esquerda e ensinar bobagens generalistas, esteriotipadas e superficiais como essa é um absurdo. Ambos os posicionamentos políticos contém grandes falhas. Ambos precisam ser cobrados e aperfeiçoados. Estude caro professor. Faça um mestrado. E acima de tudo: seja crítico de verdade. Você é uma vergonha para a esquerda.

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  3. Vamos às SUAS bobagens, não necessariamente na ordem em que foram produzidas:
    Fiz mestrado em 2004/2005. Admito muitas das minhas limitações, mas felizmente sou um mestre que sabe escrever ESTEREÓTIPO, ao contrário de alguém que veio comentar o meu blog também munido de diploma de mestrado, mas que numa dessas pode sofrer o vexame de ser corrigido em público por um estudante de Ensino Médio!
    Por uma certa curiosidade mórbida, também espiei a sua página. Sem revanchismo, o que vi foi pobre literatura de autoajuda com o rótulo pomposo de técnicas avançadas de marketing. Deixando a modéstia de lado, se eu juntasse de improviso os piores textos de Paulo Coelho com os piores lugares comuns de Lair Ribeiro, enxertando para arremate meia dúzia de pérolas de Fernão Capelo Gaivota, conseguiria montar um curso bem mais interessante do que o seu.
    Você, de tão embotado, nem percebeu, ou fingiu não perceber, que o texto é humorístico. Cobrar profundidade teórica de piadas simplesmente é o cúmulo do humor involuntário.
    Cale a boca, William Lesado! Ou seria "Lezado"?

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    1. Gustavo Moreira, antecipadamente me desculpe se fui rude (inclusive na escrita). Só hoje vi que respondeste. Mas mais uma vez recorre ao ESTEREÓTIPO (está certo agora?). Percebeste que em vez de debater suas ideias, simplesmente retalia? Foi ao meu blog tentar me classificar, me definir. O blog tem a finalidade de divulgação do meu trabalho para o mercado, não de emissão de opinião política, mesmo assim foste lá para me desqualificar. Incrível! E por mais incrível que pareça (para você) não leio Paulo Coelho ou Lair Ribeiro. Já Fernão Capelo Gaivota li na infância. Não sei onde achaste tantas comparações para me definir. Esse é o problema do ESTEREÓTIPO (está certo agora?), você delimita as pessoas com base somente no que vê rapidamente. É o chamado Efeito Halo, que é um viés de percepção. Não sabe que também sou Cientista Político e Social e que conheci pessoalmente sujeitos de esquerda como José Dirceu, Heloísa Helena, bem como de direita (se é que existe direita no Brasil e mesmo eles não se definindo como direita) como José Serra e Tasso Jereissati. Temos que beber de todas as fontes, não só sair agredindo ou denegrindo quem pensa de maneira contrária. Interessante que pelo erro perceptual não sabes que fui aluno e companheiro de simpósios de um dos organizadores da guerrilha do Araguaia, o ex-guerrilheiro Pedro Albuquerque, que me convidou para ouvir e conhecer pessoalmente em 2002 um assessor especial de Yasser Arafat, Bassam Abu-Sharif, autor do documento que serve de base para as propostas de paz da Palestina para a região dos conflitos. Na verdade, já que atacaste minha parte acadêmica recorro mais uma vez ao fato de que todas os artigos do meu blog - exceto um- se utilizam de acadêmicos da ciência social aplicada, a Administração e Marketing, que não espero que conheças, como Philip Kotler, Coimbatore Krishnarao Prahalad, Gary Armstrong, Omar Aktouf, Al Ries, Jack Trout, Michael Porter, Peter Drucker, Las Casas, David Aaker, Theodore Levit, Neil H. Borden, dentre dezenas de outros. Claro que não espero que conheças por ser fora de sua área, mas seja um pouco mais esperto antes de atacar. O único conteúdo de autoajuda é exatamente a última postagem, que é o release de uma palestra que fui convidado para ministrar no Instituto Federal do Ceará - IFCE e em uma Semana Pedagógica para os professores de uma escola, a qual não recusei. Ah, já ia esquecendo, apesar de não citar isso, ganhei o Prêmio Nacional Pierre Yves Berthou por um artigo e painel apresentado durante o XVI Congresso Brasileiro de Paleontologia, sendo membro da Sociedade Brasileira de Paleontologia desde 1999 como paleontólogo amador, oportunidade em que conheci um dos maiores nomes do Museu Nacional que me ajudou com minha pesquisa e artigo, o Prof. Dr. Alex Kellner e Dr. Diógenes de Almeida Campos. Além disso sou professor da maior universidade particular do Norte e Nordeste na Pós-Graduação e professor voluntário (sem rolar grana mesmo) do Instituto Federal do Ceará - IFCE. Ah... e um Doutorado me espera em uma das melhores instituições da Europa, a Universidade de Coimbra (tudo isso sem ser de família rica, já que você gosta muito de rotular). Você ESTEREOTIPOU de novo, dessa vez atacando quem emitiu uma crítica ao seu texto, com ironias, pedantismo e tudo mais que teve direito. Mais uma vez se mostra deficiente de criticidade. Aposto que ao terminar irá me pesquisar mais um pouco, por isso fiz questão de adiantar parte de meu Lattes, coisa que não deve possuir. Encerro por aqui minha defesa, já que gosta de debochar das pessoas. Ah... e quem fala do lado de cá é um nordestino, aquele que você julga defender, junto aos pobres, gays e negros, com seu discurso -este sim embotado- do embate imperialista e da luta de classes.

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    2. O pedido de desculpas é desnecessário, na medida em que a atividade de comentar um blog é voluntária e seria ridículo cobrar prazo para uma resposta, ou mesmo a própria resposta. O erro de ortografia também não me ofendeu, e se eu desclassificasse comentários por este motivo a maioria das postagens ficaria sem interlocução.
      Considero igualmente descabidas a maior parte das suas críticas, a começar pela primeira, a de que "não debato as minhas ideias", quando no seu comentário inicial pouca coisa foi dita além de "isto é um amontoado de bobagens superficiais". Que ideia eu poderia defender quando nenhuma foi diretamente atacada? Tentaria provar que uma postagem humorística contém profundidade filosófica? Para ser bem sincero, não deletei a sua "opinião" apenas porque ela veio acompanhada de um perfil real, e daí surgiram as curiosidades seguintes. Coisa de pesquisador.
      A menção à qualidade de nordestino é bastante apelativa. Tendo o seu blog inúmeras referências ao Ceará, o fato se torna mais do que presumível, e dificilmente você poderia alegar que sofreu discriminação de origem pelo mero fato de eu ter chamado seus textos de "autoajuda pobre". É verdade que em muitas postagens protesto contra os preconceitos relacionados a gênero, etnia e patrimônio, mas isto não me impede de eventualmente entrar em conflito com um pobre, um gay, um negro ou um nordestino.
      (continua)

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    3. Sou forçado a rir (de novo a tendência ao deboche, apontada por você) quando vejo minhas alusões a Lair Ribeiro e Paulo Coelho tomadas ao pé da letra. Não é pela mera falta da leitura direta destas celebridades que alguém fica impedido de produzir textos de teor semelhante. A linhagem possui milhares de seguidores. A acusação sobre o tal Efeito Halo vai para o ralo (o trocadilho indigente parece adequado) pela simples constatação de que você fez o mesmo, quando disse que eu não tinha espírito crítico depois de ler somente quarenta ou cinquenta linhas cujo objetivo era provocar riso, não refutar alguma tese acadêmica. Caso adotasse a sua tática, sem dúvida pedante, de alinhar supostas realizações, eu encheria estes comentários com links para minha dissertação de mestrado, para o projeto e a qualificação do doutorado, artigos diversos de congressos. Mas poupemos os demais leitores de tamanho ridículo.
      A sua insinuação de que ignoro os teóricos e políticos de direita cai no vazio após um breve olhar para a coluna dos marcadores. Só de transcrições das "falas dos direitistas" teríamos por certo, se alguém se der ao trabalho de agrupar tudo, um volume capaz de gastar um cartucho da sua impressora. Quanto à agressão retórica aos contrários, penso que ela sempre fez parte do jogo político, e quem não aceita está forçado a se abster da partida. Admito sem meias palavras que o blog é um espaço de desconstrução e ataque a todo conservadorismo, de Edmund Burke para a frente, no mínimo, e não vejo nenhum crime ou incongruência nisto.
      (continua)

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    4. Também antecipando desculpas (não sou irônico aqui), agora é a minha vez de ser rude. Você tem toda razão para estar feliz por poder estudar em Coimbra, mas se mostra excessivamente deslumbrado. Não foste chamado de analfabeto (apesar da inevitável troça com o "esteriótipo") para bradar ao mundo que realmente leu especialistas em Marketing. Que "retaliação" poderia receber em troca? Devo começar com "e eu li o Losurdo, o Perry Anderson..." e encher três laudas de linhas entediantes? Contar vantagem a respeito de ter um Lattes, coisa hoje banalizada até entre pessoas de nível técnico, cheira a complexo. Francamente... Tanta necessidade de alegar importância seria fruto da falta de uma família rica, de um avô "coronel", já que foi você quem tocou no assunto?
      Por fim, e falando mais sério, me vejo forçado a um questionamento, diante da afirmativa de que o diálogo sobre imperialismo e luta de classes é "embotado". Examinarei com muita atenção as possíveis provas, vindas da sua parte, de que as relações internacionais se tornaram igualitárias, de que a autodeterminação dos povos desarmados e mal armados é plenamente respeitada pelas potências nucleares e sobretudo pela OTAN, de que as hierarquias econômicas e sociais não resultam em exploração e outras circunstâncias danosas. Depois disto, possivelmente escreverei novelas de época!

      Obs: Quanto ao programa que exponho no último parágrafo, me reservo o direito a um pessimismo extra, depois de ter ouvido ainda ontem, de um frequentador da academia de musculação cheio de indignação com o ar condicionado mal regulado pela funcionária de plantão, que "as coisas deviam voltar a ser como no tempo da escravatura".

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  4. "Querer encarcerar por cinco anos o filho do porteiro que entrou na mercearia e escondeu uma lata de leite condensado na mochila, perdoando de pronto o filho do engenheiro que foi apanhado furtando gasolina dos carros dos vizinhos. "

    R : Errado. Primeiro, ninguém que pede redução da maior idade quer apenas para pobres, que cometem delitos pequenos. Neste caso, um trabalho forçado já esta de bom tamanho.

    "Proclamar-se cristão conservador, mas flexibilizando bastante o princípio do "Não matarás" quando os mortos fizerem parte das "classes perigosas", entendidas em sentido bem generoso."

    R : Defina "classes perigosas". E outra, já fui ateu, sou teísta não religioso e sempre fui de direita.

    "Ser saudosista de épocas em que supostamente cada um sabia o seu lugar, jamais questionando quais eram os índices de analfabetismo, cobertura médico-sanitária e mortalidade infantil dos tempos idealizados."

    R : Antes do capitalismo, passavam-se milênios e a expectativa de vida, acesso a bens de consumo, etc; apresentava pouca melhora. Veio o capitalismo e em pouco tempo, a expectativa de vida dobrou e várias coisas exclusivas da elite, como mobília, foi democratizado aos mais pobres.

    "Discursar com autoridade sobre as características meritocráticas do mercado de trabalho e dos antigos sistemas de admissão no ensino superior, mesmo conhecendo desde a infância todos os mecanismos de concentração de renda e saber vigentes numa sociedade com Índice de Gini pornográfico."

    R : Desigualdade agora é problema? Eu poderia ver a falta de condições de vida dos pobres, como um problema, mas a desigualdade não é. Se destruirmos todo o patrimônio de quem ganha acima de um salário mínimo, vamos ter igualdade. Todos serão IGUALMENTE MISERÁVEIS. Igualdade é diferente de riqueza e desigualdade não é miséria. A Venezuela tentou "coletivizar" terras, estatizou supermercados, etc; e esta ai, com grandes problemas. Inflação, aumento da violência, perda da autossuficiência em alimentos, etc. Enquanto o Chile e o Panamá, os dois únicos países bem governados da América Latina, com a meritocracia, estão ganhando e muito no IDH, PPA e crescimento econômico.

    "Conferir status de liberdade de expressão às mais toscas manifestações de preconceito contra gays, nordestinos e favelados, declarando na mesma conversa que as cenas de adultério e corrupção das novelas noturnas devem ser censuradas. "

    R : O que é manifestação de preconceito? Dizer "eu acho imoral o homossexualismo e acredito que eles estão pecando" é preconceito?

    "Proclamar a necessidade de cópia de toda e qualquer medida de governo adotada nos países anglo-saxônicos, desde, é claro, que não resulte na ampliação dos direitos sociais ou trabalhistas. "

    R : Errado. Controle de mídia e de armas são exemplos de políticas fracassadas por lá. Sobre direitos sociais e trabalhistas, ninguém olha o preço destes sistemas. Se retirarmos os encargos trabalhistas, mas dobrássemos o salário de TODOS OS TRABALHADORES, o custo da mão de obra Brasileira seria o mesmo e o poder de compra dos trabalhadores, o dobro. O povo deste continente, vive migrando para os EUA, mesmo com bem menos direitos trabalhistas e na Ásia, um monte de Chineses fugiu da "liberdade" proporcionada pelo partido comunista, para ser explorado em Hong Kong e em Singapura.

    "Negar com convicção a existência do racismo, mas tendo sempre na ponta da língua o argumento de que "O maior racista de todos é o próprio negro"."
    R : Ninguém nega o problema do racismo. Agora, judeus, orientais, italianos, ateus, budistas, gordos, magros, albinos, etc; TAMBÉM SOFREM PRECONCEITO. A diferença é que não ficam chorando por cotas.

    O resto é tão insano, que prefiro nem comentar.

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    1. Começando pelos supostos paraísos do laissez-faire:

      O Panamá tem menos leitos de hospital per capita do que o Brasil,

      http://www.indexmundi.com/pt/brasil/leitos_hospitalares_per_capita.html
      Leitos hospitalares per capita: 2,4 leitos / 1.000 habitantes (2009)

      http://www.indexmundi.com/pt/panama/leitos_hospitalares_per_capita.html
      Leitos hospitalares per capita: 2,2 leitos / 1.000 habitantes (2009)

      ... gasta menos com a saúde pública,

      http://www.indexmundi.com/pt/brasil/gasto_com_saude.html
      Gasto com saúde: 9% do PIB (2009)

      http://www.indexmundi.com/pt/panama/gasto_com_saude.html
      Gasto com saúde: 8,3% do PIB (2009)

      ... tem mais crianças subnutridas,

      http://www.indexmundi.com/pt/brasil/criancas_menores_de_5_anos_abaixo_do_peso_normal.html
      Crianças menores de 5 anos abaixo do peso normal: 2,2% (2007)

      http://www.indexmundi.com/pt/panama/criancas_menores_de_5_anos_abaixo_do_peso_normal.html
      Crianças menores de 5 anos abaixo do peso normal: 3,9% (2008)

      ... tinha mais gente abaixo do nível de pobreza em 2011 do que nós em 2008,

      http://www.indexmundi.com/pt/brasil/populacao_abaixo_do_nivel_de_pobreza.html
      População abaixo do nivel de pobreza: 26% (2008)

      http://www.indexmundi.com/pt/panama/populacao_abaixo_do_nivel_de_pobreza.html
      População abaixo do nivel de pobreza: 29% (2011 est.)

      ... e um percentual inferior de acesso a Internet.

      http://www.indexmundi.com/pt/brasil/populacao.html
      População: 205.716.890 (Julho 2012 est.)
      http://www.indexmundi.com/pt/brasil/numero_de_usuarios_do_internet.html
      Número de usuários do Internet: 75,2 milhões (2009)

      http://www.indexmundi.com/pt/panama/populacao.html
      População: 3.510.045 (Julho 2011 est.)
      http://www.indexmundi.com/pt/panama/numero_de_usuarios_do_internet.html
      Número de usuários do Internet: 959.800 (2009)

      Infelizmente ainda "ganhamos" por meia cabeça no quesito desigualdade de renda, mas espero que por pouco tempo.

      http://www.indexmundi.com/pt/panama/renda_o_consumo_da_unidade_familiar_por_porcentagem.html
      Renda o consumo da unidade familiar por porcentagem: 10% mais pobre: 1,3%
      10% mais rico: 40,6% (2009)

      http://www.indexmundi.com/pt/brasil/renda_o_consumo_da_unidade_familiar_por_porcentagem.html
      Renda o consumo da unidade familiar por porcentagem: 10% mais pobre: 1,2%
      10% mais rico: 42,5% (2009)

      Em suma: o Panamá de hoje é uma versão pós-moderna, com atividade econômica mais diversificada, da antiga sociedade de plantation centro-americana. Mas se quiser, pegue o primeiro avião para lá e seja feliz.

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    2. Vejamos também um pouco do "tigre" chileno:

      O investimento em saúde é menor do que o da vizinha Argentina,

      http://www.indexmundi.com/pt/argentina/gasto_com_saude.html
      Gasto com saúde: 9,5% do PIB (2009)
      http://www.indexmundi.com/pt/chile/gasto_com_saude.html
      Gasto com saúde: 8,2% do PIB (2009)

      ... os leitos hospitalares disponíveis são aproximadamente a metade,

      http://www.indexmundi.com/pt/argentina/leitos_hospitalares_per_capita.html
      Leitos hospitalares per capita: 4 leitos / 1.000 habitantes (2005)
      http://www.indexmundi.com/pt/chile/leitos_hospitalares_per_capita.html
      Leitos hospitalares per capita: 2,1 leitos / 1.000 habitantes (2009)

      ... sua população é menos escolarizada,

      http://www.indexmundi.com/pt/argentina/taxa_de_alfabetizacao.html
      Taxa de alfabetização:
      população total: 97,2%
      homens: 97,2%
      mulheres: 97,2% (2001 census)

      http://www.indexmundi.com/pt/chile/taxa_de_alfabetizacao.html
      Taxa de alfabetização:
      população total: 95,7%
      homens: 95,8%
      mulheres: 95,6% (2002 census)

      ... a distribuição de renda é péssima, praticamente idêntica à brasileira e bem pior do que a argentina e a venezuelana,

      http://www.indexmundi.com/pt/chile/renda_o_consumo_da_unidade_familiar_por_porcentagem.html
      Renda o consumo da unidade familiar por porcentagem: 10% mais pobre: 1,5%
      10% mais rico: 42,5% (2009)
      http://www.indexmundi.com/pt/argentina/renda_o_consumo_da_unidade_familiar_por_porcentagem.html
      Renda o consumo da unidade familiar por porcentagem: 10% mais pobre: 1,7%
      10% mais rico: 29,5% (3rd Quarter, 2010)
      http://www.indexmundi.com/pt/venezuela/renda_o_consumo_da_unidade_familiar_por_porcentagem.html
      Renda o consumo da unidade familiar por porcentagem: 10% mais pobre: 1,7%
      10% mais rico: 32,7% (2006)

      ... e para frustração dos fetichistas dos PIBs grandes, o chileno é menor do que o argentino.

      http://www.indexmundi.com/pt/argentina/produto_interno_bruto_(pib)_per_capita.html
      Produto Interno Bruto (PIB) per capita: $17,400 (2011 est.)
      $16,200 (2010 est.)
      $15,000 (2009 est.)

      http://www.indexmundi.com/pt/chile/produto_interno_bruto_(pib)_per_capita.html
      Produto Interno Bruto (PIB) per capita: $16,100 (2011 est.)
      $15,300 (2010 est.)
      $14,800 (2009 est.)


      De resto, até hoje nenhum neoliberal latino-americano deslumbrado conseguiu mostrar que país foi considerado plenamente desenvolvido tendo desequilíbrios sociais como os que encontramos no Chile e no Panamá.

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    3. Condetta querido, não fique se ocultando como anônimo, porque sua fala e suas pregas (ou a ausência delas) todo mundo conhece. Ficaste tão nervosinho que teve de escrever no seu brogue para desabafar...

      http://cavaleiroconde.blogspot.com.br/2013/06/ser-de-esquerda-e.html

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  5. Sigamos agora com as insanidades do anônimo prolixo (e também pró-lixo), que não são poucas:

    .Defender sem disfarce a adoção de trabalhos forçados é um autonocaute em qualquer debate. No que me diz respeito, gostaria que todos os reacionários fossem tão escandalosamente sinceros, pois desapareceriam dos mapas eleitorais.
    ."Classes perigosas" são simplesmente todos os grupos que os conservadores temem por não reconhecer neles seus valores e comportamentos. Faço de conta que você não tinha entendido, e que não está esperando alguma frase que possa distorcer para me chamar de "defensor de bandidos".
    .Em nenhum momento eu disse que todo direitista é um cristão conservador, o que torna a sua nota autobiográfica sem cabimento.
    .Quando me referi a "saudosismo de épocas passadas", não quis recuar até modelos econômicos pré-capitalistas. Mas diante da observação bizarra, devo pensar que dialogo com mais um conservador fascinado pela Idade Média.

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  6. (continua)

    .Também nunca afirmei que igualdade é atribuição de um mesmo salário a todos os indivíduos. Mas um Gini pornográfico sem dúvida mata pela raiz a qualidade de vida, a não ser que alguém me prove que algum país em que a disparidade de renda entre os 10% mais ricos e os 10% mais pobres chega a 2.000 ou 3.000% vai bem.
    .Ter para si mesmo que homossexualismo é pecado é aceitável, ainda que me pareça uma opinião tacanha. Mas impedir a progressão de um gay na carreira apenas por sua orientação sexual ou pichar na parede do metrô "mate uma bicha por dia" é crime, além de manifestação intolerável.
    .Caso eliminemos todos
    os encargos trabalhistas, ninguém terá aposentadoria, e partindo do princípio de que muito poucos conseguem juntar uma poupança capaz de garantir sua sobrevivência por duas ou três décadas após a perda da capacidade produtiva, o resultado seria miséria em massa. Como não acredito que alguém capaz de mexer em um computador seja tão burrinho, digo que temos aqui um caso clássico de trollagem.
    .Lamento estragar sua retórica vazia, mas uma rápida e displicente pesquisa de poucos minutos na Internet nos mostraria muitas pessoas que negam o racismo. Também fico aguardando (deitado e sem ansiedade, é claro) que você me apresente qualquer segmento da população tão ou mais marginalizado do que os negros em termos de oportunidades de estudo e trabalho.
    .Finalizo com o possível "comentário sobre o comentário": uma mescla generosa de demagogia, cretinismo e desocupação.

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