terça-feira, 17 de junho de 2014

A bravata dos "orgulhosos"



          Muitos leitores, certamente, tomaram conhecimento da postagem anterior, na qual coloquei em destaque a continuidade dos procedimentos delituosos dos membros da comunidade do Facebook "Orgulho de ser Branco".  Um bom número de pessoas declarou ter feito, perante os administradores da rede, a necessária denúncia, fundamentada nos múltiplos artigos e comentários racistas que ali encontram espaço.
      Diante da morosidade, talvez omissão, dos responsáveis pela supressão deste tipo de conteúdo, um dos moderadores da "OSB" decidiu se vangloriar da suposta intocabilidade da página, com base numa interpretação complacente do que acredita ser o Código Penal.  



        Possivelmente alguém se lembrará de que no texto de ontem, na parte em que me referi à risível proposta de estabelecer um país só para brancos no Cone Sul, preferi não cogitar sobre o que os "orgulhosos" fariam, na hipótese de serem bem sucedidos, com os índios, negros e mestiços da região.  Pois bem: hoje procurei verificar, e constatei que, de saída, uns vinte milhões de chilenos e bolivianos se transformariam em refugiados!  



              Ainda no mesmo tópico, a moderação da comunidade explica que o estado de São Paulo ficou excluído do mapa da Brancolândia pela mera impossibilidade de expulsar todos os "indesejáveis". 






           Percorrendo a página com mais atenção, pude notar a extensão do filonazismo entre seus aderentes. O já mencionado Eduardo Fornaciari endossa sem meias palavras a teoria negacionista do Holocausto.




         A seu turno, Phelip Santos se empolga com o nacionalismo exaltado e com uma presumida "ordem ideal", existentes na Alemanha de Hitler. 




         O português João Silva, que mistura em suas intervenções tradicionalismo e racismo furioso, culpa ingleses e franceses (!) pelo desvirtuamento das propostas originais do nazismo. 





                  João Silva, em outra passagem, se volta contra os negros, que para ele possuem uma espécie de "racismo original".




             No calor de uma discussão sobre política imigratória, outros membros, como Gutierre de Almeida e  (mais uma vez) Phelip Santos destilam ódio contra diversas populações classificadas como não brancas.




          Estimulados pelo conhecido expediente dos líderes de comunidades racistas de postar vídeos sobre crimes comuns praticados por homens negros como se fossem ataques deliberados contra os brancos, Rafael Zanotti e Roberto Diniz incorrem no mais velho de todos os insultos "raciais".




          
      Alguns companheiros, inegavelmente comprometidos com os interesses dos setores populares,  desistem do recurso à denúncia ao se deparar com a má vontade da administração do Facebook. Compreendo esta atitude, apesar de saber que em tais situações a persistência costuma trazer bons resultados.  Porém, o protesto "interno" está longe de ser o único recurso contra o racismo na Internet.   Podemos deixar o caso dos "orgulhosos" a cargo da Polícia Federal (crime.internet@dpf.gov.br), do Safernet (http://www.safernet.org.br/site/denunciar) ou ainda da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (ouvidoria@seppir.gov.br; seppir.imprensa@seppir.gov.br).   
      Disponibilizarei, em vários lugares virtuais, os prints racistas para quem desejar tomar suas próprias providências.  
        



6 comentários:

  1. Observando o crescimento de público de uma agenda conservadora e segregacionista na Europa e a lista de best-sellers de muitos sites estrangeiros, se vê que cada vez mais a discussão dos problemas econômicos e sociais dos países se dão por um critério racial. Por que?

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  2. Há algum tempo atrás, era impossível imaginar que estes abusrdos fossem cometidos. Na verdade, seus autores estavam escondidos sob um manto de esparsa calmaria. Estavam quietos, inertes, mas suas mentes toscas e deturpadas estiverem sempre ativas, faltava apenas a vitrine para espelharem seus atos. Surgiram as redes sociais e tiveram a medida certa para exorbitarem seu racismo, reacionarismo e mente tortuosa. Precisa-se fazer campanhas que divulguem, dêem visibilidade a estas atrocidades para que não se repitam e sirvam de exemplo a gerações posteriores.

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  3. BREAKING NEWS! http://prntscr.com/45i3zz

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  4. Boa tarde amigo, gostaria de lhe dizer que fui eu quem denunciou a pagina ontem junto com outras pessoas fizemos uma denuncia coletiva ao mesmo tempo e já no dia seguinte a pagina foi removida, gostaria de deixar como dica a você que motive as pessoas comprometidas a combater o racismo velado dessas paginas a continuarem denunciando a pagina através do mecanismo do próprio Facebook pois já comprovei que quanto maior o numero de denuncias feitas mais atenção os moderadores do Facebook darão a denuncia, o resultado disto foi visto ontem, e cá entre nós se não houvesse nada de errado com aquela pagina o Facebook não teria removido ela. E por favor se vcs virem qualquer comentário claramente preconceituoso tirem print do comentário e guardem em suas maquinas para serem usados como provas de possíveis futuras denuncias que farei no futuro caso essa gente insista com esse tipo de coisa. Fica a dica.

    Att Rodrigo Alves

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  5. Amigo a pagina já foi derrubada, entre no seu Facebook e comprove por si mesmo, leia meu outro comentário e motive as pessoas a persistirem denunciando paginas do tipo caso os membros criem outra.

    ATT Rodrigo

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    1. Já tinha visto e comemorado no próprio Facebook. A página foi reaberta com o nome de "Brancos Orgulhosos", mas foi uma senhora derrota para eles.

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