quarta-feira, 4 de julho de 2012

O "Mundo Livre" e seus parceiros liberticidas


     Este é um tópico dirigido sobretudo aos jovens.  A grande maioria das pessoas de meia idade ou idosas, com mediana ou elevada instrução, certamente se lembra dos personagens hoje exibidos, ao menos nos aspectos mais essenciais.
      Durante os anos da Guerra Fria, forjou-se a expressão Mundo Livre, referente não apenas ao conjunto dos países ocidentais e aliados do Ocidente classificados como desenvolvidos, mas também aos países formalmente autônomos e mesmo aos territórios coloniais em que prevaleciam economias de tipo capitalista.  A propaganda ideológica buscava vincular a pretendida solidariedade entre os integrantes de um bloco tão heterogêneo à defesa global da democracia, supostamente ameaçada pelo crescimento da área de influência da União Soviética.   
         Este processo foi contemporâneo, especialmente nas décadas de 1950 e 1960, da descolonização da Ásia e da África, marcada pelas disputas entre as duas superpotências.  Um exame superficial é suficiente para demonstrar que a interferência dos Estados Unidos, em muitos casos dispondo do auxílio das antigas metrópoles europeias em declínio, pouco ou nada se relacionou à instauração de ideais democráticos.  Já vimos, em postagem recente, a longa tolerância ocidental diante do apartheid e das agressões militares do regime de minoria branca da África do Sul contra várias nações vizinhas.  Quanto aos povos coloniais que ansiavam pela emancipação, a transição para um governo autônomo poderia ser acelerada, se a luta fosse conduzida por segmentos aburguesados ou ex-colaboradores tidos como confiáveis pelos poderes metropolitanos, ou retardada por todos os meios disponíveis, caso houvesse a perspectiva de ascensão de governantes socialistas ou nacionalistas sem maiores compromissos com a ordem capitalista.  Concretizada a última hipótese, recorria-se com frequência a expedientes como o assassinato de lideranças políticas e o financiamento de guerrilhas étnicas aderentes a programas de direita.  
         O tema, como se percebe, é praticamente inesgotável.  Apresento, por enquanto, três dos mais notáveis exemplos de tiranos patrocinados pelo Ocidente em nome da liberdade.  Os breves textos dispensam explicações.  O somatório dos crimes cometidos pelo trio, na verdade, formaria uma enciclopédia.          

Mobutu Sese Seko (1930-1997)

Sua obra:

Ziegler 510

Seus parceiros:

Ziegler 510/511

Hadji Mohamed Suharto (1921-2008)

Sua obra:

Jurquet 182/183

Seus parceiros:

Jurquet 187


Ferdinand Marcos (1917-1989)

Sua obra:

Ziegler 506

Seus parceiros:

Ziegler 503

Ziegler 502

Referências:

JURQUET, Jacques.  Genocídio anticomunista na Indonésia.  In: O livro negro do capitalismo/org. Gilles Perrault.  Rio de Janeiro: Record, 2000.
ZIEGLER, Jean.  Os banqueiros suíços matam sem metralhadoras.  In: O livro negro do capitalismo. 





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