segunda-feira, 16 de junho de 2014

Detonem os racistas!



        Volto hoje a uma das muitas páginas racistas do Facebook, já denunciada aqui e em diversos outros espaços do mundo virtual.  Contra toda lógica, sem falar no senso de justiça mais elementar, a comunidade Orgulho de ser Branco (https://www.facebook.com/BrancosOrgulhosos?fref=ts), nitidamente supremacista e com evidentes simpatias pelo nazismo, apesar das patéticas alegações em contrário de seus moderadores, ainda existe!
      Haverá quem diga que perco tempo com garotos analfabetos que não sabem a diferença entre mau e mal, desconhecem a grafia da interjeição hein e cometem atentados gramaticais do tipo "o continente ancestral está sendo invadindo", como vemos nos prints abaixo.  Meu eventual crítico, entretanto, deve levar em conta um dado factual significativo: enquanto alinho estas considerações, 7.797 pessoas concedem um presumido aval à comunidade, tendo acionado em algum momento de suas trajetórias naquela rede social a opção "Curtir".  Assim, continuo a partir da premissa de que nenhum adversário pode ser subestimado pelo mero fato de ser ignorante e produzir asneiras em abundância.              








         Embora se proclamem "apenas orgulhosos", os moderadores permitiram há sete meses que Eduardo Fornaciari fizesse uma apologia nada sutil de determinado homem, sob mais de um aplauso.                    





          Durante a mesma semana, André Aguiar pregou com todas as letras uma guerra racial para restabelecer o domínio branco sobre o mundo.  Até hoje, não recebeu sequer uma simples censura da moderação.




          
       O cidadão que se oculta por trás do pseudônimo de Cavaleiro, por sua vez, desafia qualquer interlocutor a provar que o nazismo matou negros.  Sem muito disfarce, mas também sem apologia ao regime, é claro!           
             



      Apesar de tudo, diante de tal reivindicação apresentarei uma resposta, assumindo o risco de ver o Cavaleiro bradar em triunfo algo como "Hitler não foi o maior carrasco dos negros. Perde até para o Duque de Caxias!". Segundo Nadja Vuckovic, já no Tratado de Versalhes os representantes alemães pediram a exclusão dos soldados originários das colônias africanas francesas do cenário europeu. Entretanto, não foram atendidos, e muitos batedores senegaleses figuraram entre as tropas de ocupação da Renânia, após a dissolução do Império Alemão.  Uma certa "Campanha contra a vergonha negra", deflagrada nos anos 20, associava a imagem daqueles homens à de macacos portadores de impulsos sexuais incontroláveis e de todo tipo de doenças. Sobre os que permaneceram no país depois da ascensão do nazismo, relata a autora que "ante o risco de que os soldados negros desobedecessem à proibição das relações sexuais interraciais, Hitler preferiu mandar esterilizar grande número deles, entre os cerca de 25 mil que viviam na Alemanha em 1935, e deportá-los para campos de trabalho forçado.  No fim de 1937, pelo menos 400 mestiços, denominados pejorativamente 'bastardos renanos', estavam esterilizados, e outros 400 desapareciam nos campos¹".
           A moderação, em outra postagem, nos "explica" que para serem admitidos na categoria de brancos os judeus antes precisam diluir bem o "sangue hebraico".      





           A máscara cai de vez quando moderadores e simpatizantes demonstram seu entusiasmo pelo "projeto" de criar uma cidade ou país só para brancos.




            Para relativo consolo dos leitores que ainda não saíram para vomitar, informo que o Brasil já  foi descartado como sede do paraíso sonhado pelos racistas. 



          Enquanto a moderação delira no rascunho de um "texto constitucional", Wilson Camargo Junior exalta Orania, local tido como último refúgio dos segregacionistas da África do Sul. 




                   
          Os membros mais otimistas da comunidade, ao que parece, trabalham com a ideia de fundar uma nação com milhões de quilômetros quadrados, englobando terras de cinco dos atuais Estados sul-americanos. 




             Prefiro, por ora, não tentar adivinhar como "nossos" fascistas caricatos gostariam de lidar com as maiorias índio-mestiças do Chile e da Bolívia, com os milhões de argentinos da mesma origem, ou ainda com as numerosas comunidades negras do Rio Grande do Sul e do Uruguai. Vale mais a pena, para quem participa do Facebook, seguir este breve roteiro:

1-Acesse https://www.facebook.com/BrancosOrgulhosos?fref=ts e clique no alto, à direita, escolhendo a opção denunciar.
2- Selecione, consecutivamente, as opções "Discurso de violência" e "É direcionado a uma raça ou etnia".
        Expulsemos o racismo das redes sociais.  Que seus adeptos fiquem relegados ao submundo, no sentido mais depreciativo do termo.       
       
             


              


                       
           
Nota
1- Ver o artigo Quem pede reparações, e por quais crimes? In: O livro negro do colonialismo/org. Marc Ferro.  Rio de Janeiro: Ediouro, 2004, p. 901-902.    

10 comentários:

  1. Cidade ~100% branca~ fundada por brasileiros. HUAUHAHUAHAHUAHUHAUHAHAU

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  2. Gustavo, dá uma olhada nisso:
    https://scontent-a-ord.xx.fbcdn.net/hphotos-xaf1/t1.0-9/1902964_488580444598837_303866324422552426_n.jpg
    http://prntscr.com/3tpu0z

    Isso só confirma a identidade do homem citado no comentário do Eduardo Fornaciari.

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  3. "desconhecem a grafia da interjeição hein e cometem atentados gramaticais do tipo "o continente ancestral está sendo invadindo", como vemos nos prints abaixo."

    Pelo menos você não chega ao absurdo, que alguns esquerdiotas dizem: de que escrever corretamente em formalismo burguês.

    Obs: nazismo e fascismo são ideologias de esquerda.

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    1. Não se trata de escrever como Eça de Queirós, mas de ter o mínimo domínio da linguagem formal para querer "teorizar" sobre alguma coisa. Aliás, note que eu poderia incluir a sua pessoa na mesma categoria, já que a sua segunda frase parece ter sido escrita em algum dialeto obscuro.

      Obs: Quanto à sua "tese de Ciência Política", pode repeti-la duzentas vezes em algum quadro de giz, para ver se consegue convencer a si mesmo.

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  4. Em relação ao texto, racismo é uma coisa execrável, porém, isso não adianta muito, creio eu que, a maioria mora fora do pais ou usam servidores que escondem a identidade.

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    1. Discordo. A maioria dos que curtem é formada por curiosos e pessoas que aderem passionalmente por serem contra cotas. Derrubando uma comunidade destas, eles levam dois, três anos, ou mais, para reunir o mesmo quantitativo, quando não desistem ou passam apenas a postar coisas do tipo "como é gostosa a macarronada da mamma" ou "como fico bonito com chapéu de viking".

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  5. Vai tomar um processo por calúnia só pra ficar esperto.

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  6. Estou dando a oportunidade de você remover o print e qualquer outra alusão ao meu nome no seu Blog. Se está me acusando de racista, vai ter que provar no tribunal o que acha? Tem 5 dias para remover qualquer menção ao meu nome no sue Blog. Se não o fizer meu advogado é que vai entrar em contato da próxima vez.

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    1. A única coisa dita a seu respeito é exatamente esta:

      "Embora se proclamem 'apenas orgulhosos', os moderadores permitiram há sete meses que Eduardo Fornaciari fizesse uma apologia nada sutil de determinado homem, sob mais de um aplauso."

      Caso se sinta injuriado ou difamado, contrate quantos advogados quiser. A meu ver, entretanto, apenas perderá seu tempo.

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