“Vejo bem claro agora o nosso
erro e, embora reconhecendo as queixas que a mulher tem do macho, também
reconheço que sem o concurso dele nada valeríamos no mundo. Bastou um momento de divórcio para que a raça
branca se visse nesta horrível situação: apeada do domínio e à mercê de uma
raça de pitecos que, essa sim, tem contas terríveis a justar conosco...”¹
Não julgue, caro leitor, que o título deste
artigo diz respeito às minhas expectativas quanto ao governo Temer, embora seja
quase inevitável que eu as exponha em breve.
Tampouco a citação inicial foi recortada do último manifesto de alguma
militante antifeminista empenhada em unir seus esforços aos de “white pardos”
arianistas de Campinas, São Bernardo do Campo ou Niterói.
Neste começo, somente a expressão “raça de
pitecos” é exatamente o que parece.
Mesmo assim, a ofensa não saiu do teclado de alguma coxinha ensandecida,
e sim da caneta do grande escritor José Bento Monteiro Lobato (1882-1948). Insisto: nada de conclusões apressadas. Monteiro Lobato, ao que se sabe, jamais construiu um alter ego feminino como a Suzana Flag de Nelson
Rodrigues.
As duas frases transcritas foram extraídas do discurso de Miss Astor, uma das três principais lideranças
políticas dos Estados Unidos no ano de 2228, personagem do romance O Presidente Negro ou O Choque das Raças (São Paulo: Clube do
Livro, 1945). Não descreverei o contexto
da fala, muito menos o enredo completo da obra. Lembro-me que um excelente professor de
Português, Mário Jesus Alexandre, me ensinou a gostar de Literatura Brasileira
na distante temporada de 1981, mas lamento até hoje o dia em que o mestre
resumiu, com talento, a história de Dom
Casmurro. Foi decepcionante, já na
idade adulta, ler o melhor livro de ficção produzido no Brasil sabendo tudo que iria acontecer. Compre, quem tiver curiosidade, O Presidente Negro, que a propósito está para Dom Casmurro, na minha opinião, como a seleção brasileira dos
fatídicos 7 x 1 para a que conquistou o tricampeonato mundial no México.
Comprei-o pela Estante Virtual há dois ou
três anos, a preço irrisório, a fim de entender um pouco mais sobre a discussão,
na época bem exaltada, acerca do racismo presente nos escritos de Lobato. Entretanto, alguma sobrecarga de trabalho, ou
talvez o interesse maior por outra leitura, me fez relegar O Presidente Negro ao arquivo morto, em armário quase abandonado de
Maricá. Casualmente, reencontrei-o neste
final de semana e resolvi ler. Já tive em mãos artigos acadêmicos que estabelecem as conexões intelectuais entre Monteiro Lobato e
teóricos eugenistas como Artur Neiva e Renato Kehl. Apesar disto, o conteúdo do livro não deixou de me
surpreender, e sem dúvida para mal.
Como já indiquei, O Presidente Negro é contemporâneo dos
embates finais da Segunda Guerra Mundial.
O prefácio do editor Mario Graciotti é datado de 1º de abril de 1945. O protagonista Ayrton Lobo, em certa passagem,
faz alusão ao automóvel Ford que adquiriu, apesar da escassez de recursos que enfrentava,
como um “novo pecúlio, com tanto esforço acumulado depois do desastre
germânico” (O Presidente Negro,
p. 11). Porém, ao contrário de um
Oliveira Viana, o mulato arianista que praticamente varreu as teses racistas de
seus ensaios após a derrocada do Eixo, Monteiro Lobato se manteve alinhado
com os ideais de eugenia e, em O
Presidente Negro, parece obcecado pela expectativa, relativamente comum
entre os eugenistas das primeiras décadas do século XX, de favorecer ou pelo menos "torcer" pelo
desaparecimento, identitário ou mesmo físico, dos negros do continente
americano.
Um diálogo entre Ayrton Lobo e Miss Jane
(p. 81-82) resgata o choque entre duas vertentes do pensamento racista, a
“otimista”, que previa o fim do negro pela diluição gradativa de seu patrimônio genético,
e a “pessimista”, que pretendia, tendo como inspiração o modelo
norte-americano, investir nas políticas de segregação.
Não se estabelece, nestes trechos ou em qualquer outra parte do livro,
qualquer contraponto ao supremacismo ariano, e os estereótipos “raciais”
empregados pelo autor chegam a depor contra sua reconhecida inteligência.
- A nossa solução foi
admirável. Dentro de cem ou duzentos
anos terá desaparecido por completo o nosso negro em virtude de cruzamentos
sucessivos com o branco. Não acha que
fomos felicíssimos na nossa solução?
(...)
- Não acho, disse ela. A nossa solução foi medíocre. Estragou as duas raças, fundindo-as. O negro perdeu as suas admiráveis qualidades
físicas de selvagem e o branco sofreu a inevitável piora de caráter,
consequente a todos os cruzamentos entre raças díspares. Caráter racial é uma cristalização que às
lentas se vai operando através dos séculos.
O cruzamento perturba essa cristalização, liquefa-a, torna-a
instável. A nossa solução deu mau
resultado.
(...)
- Não há mal nem bem no jogo das
forças cósmicas. O ódio desabrocha
tantas maravilhas quanto o amor. O amor
matou no Brasil a possibilidade de uma suprema expressão biológica. O ódio criou na América a glória do eugenismo
humano.
Mais adiante (p. 90-91), um espantado Ayrton
descobre que o Brasil dos séculos vindouros tinha dado origem a dois novos
países: o sul arianizado, constituído pelos estados da bacia platina, havia se
unido a Argentina, Paraguai e Uruguai.
As regiões tropicais, impossibilitadas de dar solução ao “erro inicial
da mistura de raças”, permaneciam unidas “a sofrer o erro e suas
consequências”. A culpa destas mazelas é
lançada sobre o elemento português, argumento que se repete em outros textos de
Monteiro Lobato².
-Mas por que dividiram o
Brasil? perguntei ainda mal consolado.
Era só povoar o norte da mesma maneira que o sul...
-Um país não é povoado como se
quer, senhor Ayrton, ou como apraz aos idealistas. Um país povoa-se como pode. No nosso caso foi o clima que estabeleceu a
separação. Dos europeus só os
portugueses se aclimavam na zona quente, onde, graças às afinidades com o
negro, continuaram o velho processo de mestiçamento, acabando por formar um
povo de mentalidade incompatível com a do sul.
Conhecedora do futuro, Miss Jane também mostra
a Ayrton os largos progressos obtidos pela eugenia no Terceiro Milênio (p. 87-88),
em particular nos Estados Unidos. O tom
apologético adotado por Monteiro Lobato é óbvio, e se associa a uma fantasia de livrar a Terra da maior parte de sua população.
-
(...) A lei Owen, como era chamado esse Código da Raça, promoveu a esterilização
dos tarados, dos malformados mentais, de todos os indivíduos em suma capazes de
prejudicar com má progênie o futuro da espécie.
Só depois da aplicação de tais leis é que foi possível realizar o
grandioso programa de seleção que já havia empolgado todos os espíritos. Os admiráveis processos hoje em emprego na
criação dos belos cavalos puro-sangue passaram a reger a criação do homem na
América.
-E lá se foram os peludos! ...
-Exatissimamente... Desapareceram
os peludos- os surdos-mudos, os aleijados, os loucos, os morféticos, os
histéricos, os criminosos natos, os fanáticos, os gramáticos, os místicos, os
retóricos, os vigaristas, os corruptores de donzelas, as prostitutas, a legião
inteira de malformados no físico e no moral, causadores de todas as
perturbações da sociedade humana.
Dando continuidade à fala de Miss Jane, o
autor deixa transparecer apreensão diante da possibilidade de um futuro marcado
pelo predomínio numérico dos negros; em poucas linhas,
Monteiro Lobato realiza uma transposição do quadro que por certo visualizava no
Brasil dos anos 40 para a América do Norte fictícia do século XXIII (p. 88).
- Apesar de submetida aos mesmos
processos restritivos dos brancos, a raça negra começou desde logo a apresentar
um índice mais alto de crescimento. A
proporção do negro puro relativa ao branco subiu a um quinto, a um quarto, a um
terço e por fim chegou à metade... Quer isso dizer que o binômio racial, desprezado
na era do crescimento imigratório e descurado no início do regímen seletivo,
passou a entrar na fase aguda do “resolve-me ou devoro-te”.
Tamanho horror, é claro, precisava ser
exorcizado, o que Lobato torna explícito pela voz de um dos ministros do 87º
presidente dos Estados Unidos, Mr. Kerlog, então prestes a perder a reeleição
para o candidato negro Jim Roy (p. 121). A “solução negra” mencionada abaixo seria
a divisão do país em duas partes, o norte branco e o sul negro.
-É impossível
protelar por mais tempo com paliativos ilusórios a solução do binômio
racial. Ou expatriamos os negros já, ou
dentro de meio século seremos forçados a aceitar a solução negra, asfixiados
que estaremos pela maré montante do pigmento.
Emerge do livro uma irritante misoginia. Monteiro
Lobato, que também era bastante hostil ao legado da Revolução Francesa, chega a emitir
um comentário depreciativo (p. 134) sobre os movimentos que, na época da sua
juventude, haviam lutado em prol do voto feminino.
Um tropel reboou nos corredores. Era o bando elvinista que entrava com miss
Astor à frente. Kerlog empalideceu. Os extremismos daquela facção eram tantos que
ele previu qualquer coisa semelhante aos assaltos histéricos da antigas sufragistas britânicas. E apertou o botão da campainha de alarma,
chamando a postos os guardas.
Coerentemente, digamos assim, o criador do
Marquês de Rabicó constrói uma imagem genérica da mulher como ser irreflexivo
que, ao se intrometer no mundo da política, só pode gerar desastres. Logo depois de viabilizar a vitória do
candidato Jim Roy por puro ressentimento contra seus maridos, as eleitoras
norte-americanas se arrependem unanimemente e voltam a apoiar Kerlog (p. 130).
Depois de 87 presidentes brancos
surgia o primeiro negro, eleito por 54 milhões de votos. Miss Astor obtivera 50 milhões de meio e
Kerlog 50 milhões e pico. Apesar de
disporem de um eleitorado quase duplo do contrário, os brancos perdiam a
presidência graças à cisão entre os dois sexos provocada pelo elvinismo...
Foi instantânea e radical a
mudança que se operou nas mulheres.
Apreenderam num relance todas as consequências possíveis do golpe negro
e tomaram-se de furiosa crise de sentimentalismo amoroso pelo homem branco, ser
mau, opressivo, injusto, não havia dúvida, mas, afinal de contas o marido
milenar da mulher. Mal com ele, pior sem
ele. Estava tão longe o hipotético
sabino...
Apesar da notória associação entre a
figura de Monteiro Lobato e um determinado tipo de nacionalismo, O Presidente Negro também é uma obra americanófila. Enquanto a velha Europa é apontada como
futuro túmulo do homem branco (p. 52), os Estados Unidos despontam como uma
espécie de farol da raça, destinado a concentrar os melhores tipos da
humanidade (p. 79-80).
-Por que catástrofe? Tudo que é tem razão de ser, tinha
forçosamente de ser; e tudo que será terá razão de ser e terá forçosamente de
ser. O amarelo vencerá o branco europeu
por dois motivos muito simples: come menos e prolifera mais. Só se salvará da absorção o branco da América.
(...)
-E o mundo americano não podia
deixar de ser assim, senhor Ayrton, continuou ela [Miss Jane]. Note apenas: que é a América senão a feliz
zona que desde o início atraiu os elementos mais eugênicos das melhores raças
europeias? Onde a força vital da raça
branca, senão lá?
(...)
Ondas sucessivas dos melhores
elementos europeus para lá se transportaram.
Depois vieram as leis seletivas da emigração, e as massas que a
procuravam, já de si boas, viram-se peneiradas ao chegar. Ficava a flor. O restolho voltava...
Entretanto, piores do que as teorias
raciais, ilustradas por “chutes” que podem ser classificados como pura Antropologia de
botequim, são alguns dos delírios ficcionais de Monteiro Lobato. A certa altura da narrativa, Miss Jane conta
a Ayrton Lobo (p. 112-113) que a tecnologia do futuro resolvera o “problema” da
tez escura dos negros, ainda que restassem outras características fenotípicas
indesejáveis:
-Havia uma pedra no sapato
americano: o problema étnico. A
permanência no mesmo território de duas raças díspares e infusíveis perturbava
a felicidade nacional. Os atritos se
faziam constantes e, embora não desfechassem como outrora nas violências da Ku
Klux Klan, constituíam um permanente motivo de inquietação. A ideia do
expatriamento para o vale do Amazonas tinha um ponto fraco: só podia ser
voluntária e o negro não se mostrava inclinado a trocar a cidadania americana
por outra qualquer. O processo
científico de embranquecê-los aproximava-os dos brancos na cor, embora não lhes
alterasse o sangue nem o encarapinhamento dos cabelos. O desencarapinhamento constituía o ideal da
raça negra, mas até ali a ciência lutara em vão contra a fatalidade
capilar. Se isso se desse, poderia o
caso negro entrar por um caminho imprevisto, a perfeita camouflage do negro em branco.
Retornando ao século XXIII, notamos que enquanto Mr.
Kerlog buscava reverter no campo da política a ascensão iminente dos negros ao poder central,
um homem de ciência contribuía para seu projeto de maneira decisiva (p. 167-168).
John Dudley havia resolvido enfim
o difícil problema capilar. Os raios
Ômega, de sua descoberta, tinham a propriedade miraculosa de modificar o cabelo
africano. Com três aplicações apenas o
mais rebelde pixaim tornava-se não só liso, como ainda fino e sedoso com o
cabelo do mais apurado tipo de branco.
Os raios Ômega influíam no folículo e destruíam nele a tendência de dar
forma elíptica ao filamento capilar.
Vencido este pendor para a forma elíptica, cessava o encarapinhamento,
que não passa de mera consequência mecânica.
(...)
Já o pigmento fora destruído e,
embora o esbranquiçado da pele não se revelasse cor agradável à vista, tinham
esperança de obter com o tempo a perfeita equiparação cutânea. Vir agora, e assim de chofre, o resto, o cabelo
liso e sedoso, a supressão do teimoso estigma de Cam, era, não havia dúvida,
sinal de um fim de estágio. Reduzidas
desse modo as duas características estigmatizantes da raça, o tipo áfrico
melhorava a ponto de em numerosos casos provocar confusão com o ariano. Entre a miss naturalmente branca e loura e a
negra despigmentada e omegada pelo processo Dudley, era quase nula a diferença.
A estupidez das mulheres não é a única
generalização sugerida pelo livro. Os
negros que se mobilizavam para desmontar o multissecular domínio branco sobre a América do
Norte eram os mesmos que, por unanimidade, desejavam se converter em perfeitas
figuras caucásicas (p. 169 e 181).
As negras, sobretudo, viviam num
perpétuo sorrir-se a si próprias, metidas dentro de um céu aberto. Passavam os dias no espelho, muito
derretidas, penteando-se a despenteando-se gozosamente. O seu enlevo ao correrem as mãos pelas macias
comas omegadas levava-as a esquecer o longuíssimo passado da humilhante carapinha. Brancas, afinal! Libertas afinal do odioso estigma!
(...)
A fúria desencarapinhante dos
negros fê-los se esquecerem completamente da política. Datava de três meses a entrada em cena dos
abençoados raios Ômega e pelas estatísticas oficiais 97% da população negra já
estava omegada. Mais uma semana, e os
últimos postos se fechariam por falta de carapinha a alisar.
Lobato, nas derradeiras páginas da obra,
alcança o clímax da fantasia. Sem as
inconveniências da miscigenação e sem derramamento de sangue, Mr. Kerlog e seus aliados acham o meio infalível para fazer
dos Estados Unidos uma nação exclusivamente branca (p. 190-191).
Meses depois do aparecimento dos
raios Ômega o índice da natalidade negra caiu de chofre. Março, precisamente o nono mês a datar da abertura
dos primeiros postos desencarapinhantes, acusava uma queda de 30%. Esta porcentagem subiu ao dobro em abril e
chegou a 97 em maio. Em junho as
estatísticas só registravam 122 negrinhos novos.
(...)
O problema negro da América está
pois resolvido da melhor maneira para a raça superior, detentora do cetro
supremo da realeza humana.
Apesar da superficialidade desta pesquisa,
posso sem dúvida engrossar o coro dos que, se reportando a um período em que o
Racismo Científico ainda desfrutava de imenso prestígio, veem em Monteiro
Lobato um autor mais racista do que o homem médio de seu tempo. Também era machista e tinha (piedade não é
o meu forte) espírito de colonizado.
Isto não significa que partirei agora para a casa de minha mãe para incinerar
os volumes (ainda hoje em bom estado) de Caçadas
de Pedrinho e Reinações de Narizinho
que me entretiveram por muitas horas na infância. Levaria, de imediato,
merecidas paneladas. Tampouco sugerirei
a qualquer direção de escola um boicote ao conjunto da obra de Lobato.
Somente quero afirmar que
toda blindagem é nociva e que toda mitificação de indivíduos, vivos ou mortos, tende à
fraude. Toda reputação pode ser
discutida, e, em particular, todos os heróis, especialmente os autoproclamados
e os “pais da pátria” (seja ela qual for), devem ser submetidos a críticos
realistas e imunes ao ufanismo.
Em tempo:
Este texto é dedicado à minha filha Isabela, feminista de
carteirinha, negra, cientista social iniciante, mas que em breve combaterá
muito, e sem tréguas, o conservadorismo decrépito que julga ainda poder dar as
cartas na política brasileira e fazer o país retornar às relações sociais vigentes na Era Collor.
1- Ver O Presidente Negro ou O
Choque de Raças, p. 131.
2- Entre outras pérolas de racismo tosco, Lobato resumiu o jornalismo carioca, em 1938, na alegoria do "mulatinho fazendo o jogo do galego".
Quero ver criticar o racismo em Cuba!!!
ResponderExcluirEis a nota de um simplório. Cuba é um país que passou por quase quatro séculos de escravismo e esteve durante quase todo este tempo sujeito às leis raciais metropolitanas que estabeleciam "castas" e restringiam direitos conforme cor e origem. Viveu "políticas de branqueamento" antes que os eugenistas brasileiros sonhassem em nascer. Enfrentou duas guerras de independência nas quais a propaganda oficial apresentava os anseios de autonomia como "coisa de negro", enquanto os brancos deveriam se mostrar "leais súditos de Sua Majestade". Sofreu pressões, neste período, de determinados setores da sociedade norte-americana que não queriam ter "uma república negra nas costas da Flórida". Ficou, nos primórdios de sua organização republicana, sob o controle de uma oligarquia açucareira que pretendia, abertamente, impedir que os não brancos participassem do processo eleitoral. Achar que tudo isto poderia ser apagado em menos de sessenta anos de governo socialista é pura falta de atividade cerebral.
ResponderExcluirNão sou eu que faço esta constatação. São antigos participantes da revolução cubana. Inclusive, um deles, mora no Brasil. Às vezes acho que seu blog é um ambiente repleto de paradoxos. Como é possível denunciar os tiranos da direita com grande vigor, e ao mesmo tempo usar palavras doces para descrever Fidel Castro? É nada coerente, ter uma retórica anti-monárquica, e ao mesmo tempo não esboçar um parágrafo condenando a dinastia Castro. Ainda sim, como é possível "advogar", sutilmente, por um país que reprime militâncias LGBT e entidades que buscam a legalização da maconha? Se você é campeão em liberdade, deveria, realmente, defender os grandes mestres: Bakunin, Kropotkin, Kollontai, Julius Martov e etc...
ResponderExcluirLembre-se da frase de Julius Martov: "Sempre pensei que o marxismo é a mais alta realização da liberdade humana".
Quanta besteira e quantos vícios retóricos! De que cubano, afinal, você fala? Parece a velha conversa do estilo "minha tia-avó foi amante do Gorbachev e sabia de todos os podres da União Soviética". Não podia faltar, também, o cansativo expediente de "questionar" ou "refutar" (bote aspas nisso!) o que não foi dito. Onde eu descrevi Fidel, com doçura ou amargor? Onde eu disse que o regime cubano é irrepreensível? Onde eu defendi o personalismo e o poder "familiar", mesmo que apontar Cuba como exemplo de monarquia seja ridículo.
ResponderExcluirDeixando de lado o jogo de cena, percebo que Martov estava errado: o apogeu da liberdade humana é viver às custas da mãe com quase quarenta anos, contando com todo o tempo do mundo para fazer trollagem na Internet adotando dúzias de nomes diferentes ou, como neste caso, no anonimato.
Monteiro Lobatostava certo em todas suas posições políticas! Viva Monteiro Lobato e abaixo ao esquerdismo!
ResponderExcluirSó vejo um problema: se o projeto da eugenia fosse aplicado nos moldes desejados por Lobato, você jamais teria existido!
ExcluirSou branco com 4 avós europeus! No caso quem não existiria seria um beiçudo "descendente de Maomé" como você e os seus filhos...
ExcluirSei... Eram os tais "avós sociais": quatro velhinhos generosos que mandavam frangos e goiabada para seus pais durante a infância na Pedreira, quando as canoas movidas a remo só levavam bananas para lá. Noto seu prazer em me chamar de beiçudo, seja como anônimo, seja como Dr. Haldol, Rachel, etc; se o objetivo da coisa é ficar mais parecido com Monteiro Lobato, desista. Com muito esforço, o que você consegue, no máximo, é "escrever" um pouquinho melhor do que o João Emiliano.
ExcluirOlá Gustavo, você poderia me confirmar se Monteiro Lobato era católico romano ou maronita? Ele era realmente um membro da família Lobato?
ResponderExcluirNão esperava este tipo de pergunta, mas dei uma espiada no geneall.net e vi que José Bento Monteiro Lobato (1882-1948) era filho de José Bento Marcondes Lobato e Olímpia Augusta Monteiro, tendo como avós paternos José dos Reis Lobato e Maria Antônia Marcondes Lobato, e avô materno o visconde de Tremembé, José Francisco Monteiro. No site não está o nome da avó materna. Como o catolicismo maronita tem um forte viés étnico, e não aparecem nestes costados nomes que remetam ao Oriente Médio, tudo leva a crer que o escritor era, ao menos por origem, católico romano.
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