segunda-feira, 6 de junho de 2016

Mais Rousseau, menos Rachel



          Eu folheava um livro no sofá, há duas ou três semanas, quando na TV à minha frente teve início o horário obrigatório de um dos principais partidos de direita do país.  O programa me distraiu por alguns minutos, e a princípio ri ao ver veteranos políticos profissionais, inteiramente desacreditados entre a população em geral e acusados nos tribunais de violar metade do Código Penal, entoando cantilenas moralistas.
           Parei de achar graça, e experimentei até um certo choque, no momento em que surgiu na tela um tipo do terceiro ou quarto escalão na hierarquia partidária, ignorado por completo fora do estado do Rio de Janeiro, de cujas façanhas já sabia desde a década de 90 por gente que o conhece de perto.  Não é, se considerarmos o cenário nacional, uma figurinha avulsa.  Médico do gênero açougueiro, dono de clínica de aborto em bairro miserável, mas populoso, da região metropolitana do Rio, por diversas vezes correu longas distâncias a notícia de que tinha esquecido gazes e instrumentos cirúrgicos dentro dos corpos de suas "pacientes".  
           Muitas mulheres saíam de lá com hemorragias graves para baixar nos hospitais vizinhos, em regra sucateados. Ele mantinha no local um substituto, com a atribuição estratégica de impedir que suas barbeiragens se transformassem em processos de homicídio culposo.  Apesar de tudo, o carniceiro diplomado encontrou lugar na política fluminense, sempre ingressando em legendas que se achavam em ascensão para depois largá-las no primeiro revés, investindo em práticas assistencialistas, assumindo posturas semelhantes às de um antigo "coronel" em suas bases. Chegou a perder eleições, mas conseguiu, mais de uma vez, ser vereador e deputado.
           O médico-monstro, com a hipocrisia que nele parece congênita, estava à vontade na TV, no papel do moralista burguês.  Não destoava em nada de seus correligionários famosos, dos quais só se distingue de fato em um detalhe: a posição inferior na hierarquia convida à prática de crimes mais brutais, mais "porcos", sem a assepsia e o silêncio necessários a quem se credencia a voos mais altos. 
        O médico-monstro jamais exerceria um cargo eletivo se vivesse entre cidadãos cultos, politizados e atendidos em suas necessidades materiais básicas.  Estaria, ao invés disto, cumprindo pena equivalente à prisão perpétua por centenas de episódios de lesão corporal, sem falar nos delitos políticos. Seria candidato, no máximo, à prisão domiciliar, tendo em vista uma idade já avançada.  
       Diante de casos como este, me recordo de antigos ensaios que falavam sobre a incompletude da tarefa do Iluminismo.  Não deixa de ser verdade que, de tempos em tempos, "a razão engendra monstros", mas, por outro lado, o abandono da razão e a cultura que se baseia no lugar comum e na repetição irrefletida geram pogroms, Carandirus, Massacres da Candelária e estupros coletivos diariamente, só variando o endereço; permitem também que criaturas do baixo clero parlamentar, no pior sentido que se pode dar à expressão, atinjam posições de proa no Poder Legislativo, se aproveitando da segurança que transmitem a centenas de colegas de que seus crimes terão menos entraves e menores possibilidades de punição.        
           Pessoas que se dedicam à aquisição de saberes humanísticos e científicos, e que se guiam preferencialmente pela razão, mesmo que seus resultados sejam sofríveis, não elegem aborteiros compradores de voto; não se julgam mais próximas de um paraíso material ou imaterial por lotarem o Congresso Nacional de Cunhas e Crivellas; não tomam parte em estupros coletivos; não xingam refugiados cristãos sírios de terroristas muçulmanos, nem imigrantes haitianos de africanos vagabundos; não incentivam o espancamento e a tortura de presos "comuns" ou políticos; não brigam por espaço na mídia para dizer que o Estado nada deve fazer pela Cultura; não criam fantasias de superioridade em consequência de seu sexo, cor de pele ou origem de classe; não invocam golpes militares para proteger as mesmas fantasias; Pessoas assim precisam se multiplicar em escala nunca antes vista. Mais Jean-Jacques Rousseau, menos Rachel Sheherazade.             

10 comentários:

  1. Agora a verdadeira face do "professor" Gustavo aparece!!! Escrevendo sobre o nefando e diabolicp Jean Jacques Rousseau, que era o grão-mestre grau 33 da loja maçonica da Paris!!! Rousseau assim como outros maçons inventaram o iluminismo (que ma verdade so leva a eacuridao) com o objetivo de tirar a fé na igreja CATOLICA e nos monarcas. Vejam o resultado; uma europa cada doa clm menos reis, agnostica cheia de boiolas e muçulmanos! Toda essa triste realidade foi arquitetada por Rousseau Voltaire e toda maçonaria que visa em destruir toda sociedade ocide tal CRISTA e escravizar toda humanidade!

    Admite Gustavo Moreira! Você é maçon!!!! Te conheco filho da viuva! Voce nao pasa de ser mais um maçon

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    1. Está comentando no blog errado. Minha mãe é divorciada, e meu pai ainda vivo. Não sei que problemas você teve com os filhos da tal viúva, mas talvez a psicanálise posse ajudar.

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    2. "Filho da viúva" é um termo comum entre maçons se referindo a eles mesmos. Se você não conhece os conceitos de sua própria ordem, está na hora de fazer um exame de consciencia.

      TFP!!!

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    3. Rapaz, será que devo acreditar que você achou que a "resposta" foi séria? Brrrrr!

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    4. O que mais gosto de tudo nisso é que o príncipe da Suécia se casou com uma ex-stripper e o futuro rei da Noruega se casou com uma ex mãe-solteira. E todas plebeias rsrsrsrsrs

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  2. Rousseau era maçon, fez pacto com o diabo e tentou distruir o bem estar da sociedade europeia, coisa que a maçonaria faz desde os tempos que influenciaram as tribos germanicas a invadirem o Imperio Romano.

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    1. Certo: a Maçonaria criou uma máquina do tempo e mandou seus emissários ao século V para impedir que houvesse um império mundial católico. A boa notícia, para você, é que eles fizeram escalas pelo caminho e trouxeram Haldol e camisas de força.

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    2. A nefanda e macabra viuva prostituta, conhecida como maçonaria já existe desde os tempos de Platão, inspirados pela sua obra "A República" onde ele idealiza uma sociedade dominada por um pequeno grupo onde a população é totalmente alienada da verdade, não existe religião ou o conceito de familia.

      Desde então os maçons vêm tentando criar algum movimento que leve o mundo a realidade acima me cionada como as invasões bárbaras ao Imperio Romano; a reforma protestante, o comunismo, o nazismo, o ateismo, o iluminismo, e hoje em dia promovem o gayzismo para destruir o basico conceito de familia!

      Ou vc vai negar a verdade tambem????


      Doutor Ramos, PhD!!!

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    3. Platão? É melhor cortarmos logo a conversa, antes que você leve a Maçonaria para o continente perdido da Atlântida. Por essas e muitas outras, os laboratórios que produzem remédios de tarja preta ficam cada vez mais ricos.

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    4. Nunca vi um povo tão preocupado com bem estar da sociedade europeia como esses neonazistas brazucas.

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