terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Segundo adendo ao Glossário da direita brasileira




          Prossigo hoje na divertida compilação do linguajar da direita outrora dita tupiniquim (antes que os verdadeiros tupiniquins se atrevessem a desprezar as comemorações dos 500 anos da expedição de Cabral).  Peço perdão pelos inevitáveis plágios, mas já adiantando que, sendo este um blog anticapitalista, não inclui o gadget "Ganhos", que permitiria o patrocínio da Fundação Soros a Gustavo Moreira via Blogger.


Bolivarianismo- Movimento comunista, travestido de nacionalismo popular, cuja meta é o estabelecimento do domínio do Foro de São Paulo sobre toda a América Latina.

Censura- Mecanismo democrático, infelizmente em desuso, que impediu o avanço das ideias totalitárias de esquerda no Brasil das décadas de 1960, 1970 e 1980.

Coitadismo- Atitude mental, comum a favelados, gays, índios, negros, nordestinos, feministas, comunopetistas e afins, que consiste na recusa em reconhecer que vivem num sistema meritocrático.

Controle de armas- Estratégia política totalitária que consiste em tornar os indivíduos indefesos, suprimindo seu direito de manter em casa rifles e pistolas automáticas.   

Crise europeia- Denominação genérica atribuída a um amplo processo de decadência econômica resultante da não aplicação do laissez-faire entre os países da União Europeia.  

Distribuição de renda- Eufemismo criado por comunistas e comunófilos para definir um processo pelo qual os indivíduos mais ativos e empreendedores são despojados das riquezas que adquiriram honestamente em prol dos preguiçosos.

Ecologista- Tipo de esquerdista cujo programa, em linhas gerais, consiste em fazer a humanidade regredir à Idade da Pedra.

Foro de São Paulo- Liga composta por terroristas e traficantes que vem se apoderando progressivamente dos governos da América Latina.

Fundação Soros- Organização multinacional comunista que emprega bilhões de dólares em capital especulativo para a destruição do capital produtivo. 

Funk- Estilo pseudomusical criado por negros norte-americanos viciados em drogas, que no Brasil se converteu em trilha sonora do crime organizado e da dissolução da moral sexual do Ocidente.

Grécia- País habitado por uma espécie de baianos do continente europeu, que ao invés de produzir Carnaval se dedicam 365 dias por ano ao lançamento de pedras e coquetéis molotov contra as forças da ordem, mesmo recebendo bolsa-esmola dos abnegados contribuintes alemães.



Guarani Kaiowá- Tribo pré-histórica que além de atrapalhar a criação de gado e o cultivo de soja no Mato Grosso do Sul incorporou às suas fileiras milhares de esquerdistas desmiolados sem uma gota de sangue índio.

Heterossexual- Indivíduo que, ao praticar o sexo somente em sua modalidade natural, se converteu no pária do século XXI.

Isonomia salarial- Aberração socialista destinada a reverter as desigualdades naturais entre os diferentes gêneros, classes e etnias no campo da remuneração do trabalho.



Manifestante- Indivíduo desocupado que se dedica à obstrução das vias urbanas, causando poluição sonora e interrupção das atividades produtivas. 

Nazismo- Filosofia de extermínio, de natureza coletivista, maliciosamente imputada à direita ao longo de décadas de propaganda comunista.



Oligarquia- Termo depreciativo utilizado pelos esquerdopatas para se referir às elites empreendedoras.

Partido Democrata- Agremiação política esquerdizante que logrou eleger e reeleger um queniano muçulmano e comunista para a presidência dos Estados Unidos.

Previdência Social- Instituição falida que sustenta, com o dinheiro dos impostos pagos pelos empreendedores, os fracassados que chegaram à velhice sem enriquecer, apesar das múltiplas oportunidades oferecidas pelo capitalismo.  



Venezuela- País sul-americano que depois de abrigar uma próspera sociedade burguesa se tornou um dos eixos do comunismo internacional, impedindo o retorno de Cuba ao tempo das carroças, cobrindo os déficits financeiros do kirchnerismo, inspirando a destruição da cultura ocidental na Bolívia e ditando o tom da política externa no Brasil petista.

Zimbabwe- País outrora riquíssimo sob o nome de Rodésia, que se tornou miserável através da destruição pela ditadura marxista da agricultura comercial e sua substituição por um coletivismo tribal.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

A imprensa burguesa, seu namoro com o fascismo, seu racismo: o caso do Correio de São Paulo

                  

              O jornal Correio de São Paulo, dirigido por Rubens do Amaral, surgiu em meados de 1932 como órgão de apoio aos participantes do movimento constitucionalista que desafiava pelas armas o governo de Getúlio Vargas.  Num momento em que o rádio emergia como importante meio de comunicação de massa, as crônicas de Amaral iam ao ar na voz do locutor César Ladeira¹.  
           O periódico, que circulou até 1937, possuía uma linha editorial simpática ao liberalismo, expressa em frequentes críticas aos regimes ditatoriais. Isto não impediu, entretanto, que ao longo da crise que resultou na invasão da Etiópia pela Itália (1935), o Correio, então sob a direção de Pedro Ferraz do Amaral, assumisse, cada vez mais decididamente, uma postura favorável ao imperialismo italiano e às razões e interesses dos fascistas.  Das numerosas matérias publicadas sobre o conflito também emerge, de forma grosseira, o racismo evidente e sempre cinicamente negado da burguesia brasileira.
              A edição de 14 de fevereiro de 1935 traz a transcrição de um pronunciamento fascistófilo emitido pela Rádio Difusora de São Paulo.  O texto, além de naturalizar os processos de expansão colonial, dá respaldo em particular as ambições territoriais do governo italiano na África.   



      Em 10 de agosto de 1935, foi publicado um pequeno editorial cujo autor se intitulou "tenor decadente".  Contra toda lógica, as manifestações de independência do imperador etíope e as advertências da Inglaterra no sentido de desencorajar a invasão do país africano são apresentadas como humilhações impostas ao "nobre povo peninsular".   



       Quatro dias mais tarde, o Correio deu destaque a uma matéria claramente promocional sobre a colonização italiana na Somália.  A população somali era exibida como alvo de curiosidade antropológica, enquanto se exaltava a presença europeia como modernizante e civilizadora.


      Uma matéria de primeira página de 30 de agosto parece condenar a Sociedade das Nações por ameaçar a paz na Europa (!) ao pressionar Mussolini no sentido de manter suas tropas fora da Etiópia.  Fica bastante óbvio um motivo que, para a direção do jornal, justificaria a aventura imperialista: a suposta missão dos fascistas de CALÇAR E EDUCAR OS PRETINHOS.


     O mesmo tom debochado (e pré- Lei Afonso Arinos) pode ser notado em uma manchete de 23 de setembro:

   

       Por outro lado, o Correio de 3 de outubro prestaria inteira solidariedade, a sério e com tintas de moralismo, à representação italiana provavelmente atacada por militantes antifascistas que lhe quebraram as vidraças:


         A 4 de outubro, o jornal fez eco a uma patriotada mussoliniana que poderia dar a impressão a um leitor estrangeiro de que a Itália fascista era a segunda pátria dos paulistas.


       Ainda mais ridícula seria a publicação, em 7 de outubro, de uma "oração", na qual os fascistas residentes em São Paulo invocavam poderes celestes para que a Itália do Duce se transformasse no Império Romano renovado.  


       O articulista Jayme Santos, em 9 de outubro, conclamou abertamente os brasileiros a tomarem o partido da Itália contra o que seriam sanções arbitrárias por parte de uma Liga das Nações manipulada pela Inglaterra.


        Finalmente, neste texto de 17 de outubro sem autoria declarada, o Correio expôs de forma inequívoca sua posição sobre a guerra já em curso. Sob o tosco argumento da união entre os povos latinos, o periódico reforçava a ideia de que os brasileiros deveriam ficar ao lado do fascismo emergente, então empenhado na submissão de um império de "pobres pretos" incapazes de defender sua autonomia.  


                         
                      Vejamos o que outras investigações nos revelam...  


Nota:
 
1-Ver Nelson Werneck Sodré.  História da Imprensa no Brasil, 4a edição.  Rio de Janeiro: Mauad, 1999, p. 378.